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Mãe e irmão de Milena serão ouvidos sem a presença dos réus

Mãe e irmão de Milena serão ouvidos sem a presença dos réus

Ao todo, nove testemunhas de acusação serão ouvidas nesta terça-feira (16)

Publicado em 16 de janeiro de 2018 às 22:07

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Douglas Gottardi e Zilca Maria Gottardi. (Fernando Madeira | Arquivo)

A mãe de Milena, Zilca Maria Gottardi, e o irmão, Douglas Gottardi, se recusaram a falar em audiência na presença dos réus. O pedido foi acatado e os seis acusados de tramarem o assassinato de Milena seguiram para os presídios por volta das 18h40 desta terça-feira (16).

Começou hoje cedo, no Fórum Criminal de Vitória, a audiência para ouvir testemunhas no processo de julgamento do assassinato da médica Milena Gottardi, que foi baleada na saída do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), em 14 de setembro do ano passado, na Capital, e morreu no dia seguinte. O ex-marido de Milena, Hilário Frasson, e o sogro, Esperidião Frasson, são acusados de serem os mandantes do crime.

A prima de Milena, Shintia Gottardi, e a amiga, Marcelle Gomes, que também serão ouvidas nesta terça-feira (16) também pediram para prestar depoimento sem a presença dos acusados. A advogada de Milena, Ana Paula Protzner, que foi a primeira a ser ouvida, também prestou depoimento sem os réus.

No total, nove testemunhas de acusação intimadas pelo Ministério Público serão ouvidas nesta terça-feira (16). A previsão era de que o delegado responsável pelo caso, Janderson Lube, fosse a primeira pessoa a ser ouvida nesta terça-feira (16). No entanto, como a advogada de Milena, Ana Paula Protzner, pediu que os réus não estivessem presente no momento do depoimento dela, ela quem deu início ao julgamento.

Depois de Ana Paula, o delegado Janderson Lube foi ouvido por três horas. Devido ao longo tempo ocupado pelo depoimento do policial, as outras três pessoas que seriam ouvidas durante a manhã tiveram que passar para a parte da tarde.

No momento do intervalo para o almoço, familiares de Milena estavam com faixas e cartazes pedindo justiça na frente do Fórum. Também durante o intervalo, a defesa de Dionathas Alves Vieira — acusado de atirar contra a médica Milena — e de Bruno Rodrigues Broetto — acusado de ter roubado a moto utilizada por Dionathas no dia do crime — conversou com a imprensa e se mostrou otimista neste primeiro dia de audiências do processo.

"O depoimento do delegado (Janderson Lube) foi esclarecedor. Não há uma testemunha que indique que o Bruno sabia do crime, não há uma interceptação telefônica. Essa ausência de provas contra ele foi determinante", afirma o advogado Leonardo da Rocha de Souza, que representa Bruno e Dionathas.

Dionathas confessou ter atirado em Milena quando ela saía do plantão no Hucam, em Vitória, em setembro do ano passado. Ele afirma que cobrou R$ 2 mil pelo serviço e que dividiu o dinheiro com Bruno. O trabalho de Bruno teria sido roubar uma moto, que foi utilizada por Dionathas no crime. Segundo o advogado, Bruno não sabia que a moto roubada seria utilizada no assassinato da médica.

Leonardo diz que Dionathas colabora desde o início com as investigações. "Foi ele que indicou onde Bruno estava, ele que mostrou aonde estava a moto usada no crime, foi a partir dele que chegaram aos demais acusados. Se isso não for colaboração, eu não sei que é", ressaltou o advogado.

"Para a defesa esses depoimentos foram muito bons", finalizou.

PARTE DA TARDE

O julgamento foi retomado por volta de 15 horas e o policial civil Igor de Oliveira prestou depoimento. Em seguida, a testemunha que começou a ser ouvida por volta de 16 horas foi a amiga de Hilário, Edineia Alvarenga. Os dois trabalharam juntos na Polícia Civil.

Por volta de 17h20, a médica Maria Isabel começou a ser ouvida. A testemunha acompanhava Milena na saída do plantão na noite do crime. Já na parte da noite, às 18h50, a amiga de Milena, Marcelle Gomes, começou a ser ouvida. Depois dela, às 19h20, a mãe de Milena, Zilca Maria Gottardi, deu início ao depoimento.

RÉUS PRESENTES

O Tribunal de Justiça informou que os réus serão conduzidos ao local, mas não sabe se estarão presentes em todos os depoimentos. O TJES informou ainda que a segurança dos réus presos é de responsabilidade da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus).

Dionathas Alves Vieira, acusado de ser o executor dos disparos, por decisão judicial, será conduzido e ficará separado dos outros cinco réus no processo. Segundo o advogado de defesa de Dionathas, Leonardo Rocha, foi uma solicitação da defesa e acolhida pelo juiz que preserva a integridade física e moral do réu.

“É de extrema importância não só pela preservação da sua vida mas também para o próprio processo tendo em vista ser o seu depoimento determinante para o esclarecimento dos fatos e indicação dos demais coautores e partícipes do crime”, informou.

O restante das audiências serão realizadas nos dias 30 e 31 de janeiro. No primeiro dia, serão chamadas as pessoas apontadas pelas defesas dos denunciados como mandantes do assassinato da médica: Hilário Frasson e o pai dele, Esperidião Frasson.

Na lista de testemunhas convocadas pelo advogado de defesa Hilário, Homero Mafra, foram intimadas 13 pessoas, entre elas um desembargador aposentado, dois assessores de desembargador, o chefe da Polícia Civil do Espírito Santo, Guilherme Daré, e um padre da Igreja Católica, José Pedro Luchi.

Já no dia 31 de janeiro, devem comparecer as testemunhas apontadas pela defesa de Hermenegildo Palauro Filho, conhecido como Judinho, e Valcir da Silva Dias, ambos acusados de serem intermediários do crime. As audiências para ouvir as testemunhas de defesa de Dionathas e Bruno Rodrigues Broetto, acusado de ter roubado a moto do crime, ainda não foram marcadas.

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Durante as audiências de instrução do processo, são ouvidas testemunhas, ocorre o interrogatório do réu e, se for o caso, são apresentadas as alegações finais. Após essas audiências, o juiz vai analisar e pode ou não decidir se pronuncia ou não o acusado, ou seja, se ele vai ou não a júri popular. Quando o juiz decide pela pronúncia, ele não está decidindo se o réu é ou não culpado, mas se há indícios de autoria do crime.

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