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Greve da PM: 10 militares sentam no banco dos réus

Greve da PM: 10 militares sentam no banco dos réus

Dentre os crimes que respondem está o de integrar organização criminosa; veja lista dos reús

Publicado em 16 de maio de 2018 às 19:43

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Mulheres de policiais militares acampadas no Quartel de Maruípe durante a greve da PM. (Guilherme Ferrari | Arquivo | GZ | 2017)

Agora é a vez dos militares que atuaram no movimento grevista da categoria, realizado em fevereiro de 2017, de enfrentarem a Justiça. Nesta quinta-feira (17) e sexta-feira (18) serão realizadas as audiências para ouvir as testemunhas de acusação e defesa e ainda o interrogatório do réus. Dez militares foram denunciados pelo Ministério Público Estadual (MPES). Respondem pelos crimes de integrar organização criminosa, atentar contra a segurança pública, incitar a prática de crime e embaraçar investigação criminal.

As chamadas audiências de instrução são conduzidas pela juíza da Quarta Vara Criminal de vitória, Gisele Souza de Oliveira, e acontecem no Fórum de Vitória, no Centro, a partir das 8 horas, no Salão do Júri. O local foi escolhido devido à quantidade de pessoas chamadas para depor, entre réus e testemunhas.

Nesta quinta-feira serão ouvidas as testemunhas de acusação apontadas pelo Ministério Público Estadual (MPES), cujos nomes não vão ser divulgados, a pedido, por serem militares que atuam na Corregedoria. Na sequência começam a ser ouvidas as testemunhas de defesa dos dez réus. A última etapa, prevista para a sexta-feira, é o interrogatório dos réus.

OUTRAS

Na última segunda-feira (14) e terça-feira (15), foram realizadas as audiências de outros 14 denunciados pelo MPES. Trata-se do grupo de familiares, composto por mulheres, mães e irmãs do militares que paralisaram as atividades em fevereiro do ano passado. Mas como ainda faltam ouvir três testemunhas de defesa, este processo terá duas novas audiências. Uma na próxima segunda, para ouvir uma testemunha - as outras duas serão ouvidas por carta precatória - e outra no próximo dia 29, quando será feito o interrogatório das 14 rés.

Quando for concluída estas etapas — ouvir as testemunhas e os interrogatórios —, nos dois processos, serão iniciadas as alegações finais. Etapa em que os promotores e os advogados vão fazer as suas considerações sobre tudo o que foi apresentado até o momento de provas e depoimentos. Por último, vem a sentença da juíza, concluindo os processos.

RÉUS

O que aponta a denúncia do MPES:

1. Lucínio Castelo Assumção, Capitão Assumção

Capitão Assumção. (Câmara | Arquivo)

Policial militar da reserva, ex-deputado federal, segundo a denúncia integrou a organização criminosa, como também assumiu papel central no grupo, sendo o principal responsável pela propagação do movimento por todo o Estado. Teve atuação determinante no sentido de incitar militares e civis a aderirem ao ilegal movimento grevista.

2. Walter Matias Lopes

Ex-policial Walter Matias Lopes. (Carlos Alberto Silva | Arquivo | GZ)

Ex-soldado da Polícia Militar, presidente da Aspobom (Associação de Benefícios aos Policiais e Bombeiros Militares do Estado do Espírito Santo), atuou ao lado do Capitão Assumção durante a paralisação da Polícia Militar, apoiando diretamente os manifestantes e incitando policiais e familiares a aderirem ao movimento.

3. Aurélio Robson Fonseca Da Silva, Robinho

Sargento da Polícia Militar, vice-presidente da Agem (Associação Geral dos Militares do Estado do Espírito Santo), incitou militares e civis a aderirem ao ilegal movimento grevista, além de apoiar diretamente as manifestantes que bloquearam os acessos aos batalhões, realizando a segurança pessoal e fornecendo alimentos e materiais a elas.

4. Marco Aurélio Gonçalves Batista

Cabo da Polícia Militar, atuou ao lado do também denunciado Matias durante a paralisação das atividades policiais , contribuindo para incitar militares e civis a aderirem ao movimento.

5. Nero Walker da Silva Soares

Nero Soares. (Reprodução/ Facebook)

Soldado da Polícia Militar, teve atuação importante no sentido de incitar militares e civis a aderirem ao ilegal movimento. Para tanto, publicou diversas mensagens, fotografias e vídeos em redes sociais e em aplicativos de troca eletrônica de mensagens

6. José Ricardo de Oliveira Silva 

3º Sargento da Polícia Militar, casado com a também denunciada Débora Caroline Will, teve atuação importante no sentido de incitar militares e civis a aderirem ao ilegal movimento.

7. Leonardo Fernandes Nascimento 

Soldado da Polícia Militar, possui estreito vínculo com a denunciada Angela. integrou o movimento criminoso em questão, dando apoio material às manifestantes. Para tanto, mesmo estando em serviço (fardado e a bordo de viatura), realizou a segurança de eventos por elas realizados para discutir as ações futuras

8. João Marcos Malta de Aguiar 

Soldado da Polícia Militar, foi ele responsável por embaraçar, de forma crucial, a investigação criminal que se encontrava em curso, ao divulgar informações sigilosas de que teve conhecimento.

9. Carlos Alberto Foresti 

Tenente-coronel Foresti. (Facebook)

Tenente-coronel da PM, é apontado como associado da Agem e, segundo a denuncia do MP, é apontado como um dos associados “mais radicais” e incitou militares e familiares a aderirem ao movimento

10. Maxson Luiz da Conceição

Maxson Luiz da Conceição. (Reprodução)

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Soldado da PM e presidente da Agem. Segundo a denúncia, prestou apoio material e jurídico às manifestantes, além de apoiar publicamente o movimento, incentivando a adesão de militares e civis.

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