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Governo define modelo de barreira e vai assumir obra na Terceira Ponte

Governo define modelo de barreira e vai assumir obra na Terceira Ponte

A ideia é que o DER-ES abra um processo de licitação para contratar a empresa responsável por instalar a estrutura de proteção. O investimento total deve ser de R$ 15 milhões

Publicado em 11 de setembro de 2018 às 13:22

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Modelo de barreira de proteção que será adotado na Terceira Ponte. (Eduardo Dias)

A Agência Reguladora de Serviços Públicos do Espírito Santo (Arsp) afirmou nesta terça-feira (11) que o Governo do Estado vai assumir a discussão sobre a implantação da barreira de proteção contra suicídio na Terceira Ponte.

A ideia é que o Departamento de Estradas de Rodagem do Espírito Santo (DER-ES) abra um processo de licitação para contratar a empresa responsável por instalar a estrutura de proteção e que a execução do serviço comece até o final do ano. Antes disso, já no próximo dia 17, uma consulta pública será aberta para que a população possa discutir as soluções.

As contribuições serão dadas em um prazo de 15 dias. Após a consulta, o DER-ES terá um período também de 15 dias para analisar as propostas e ver o que é viável adicionar ao projeto do protótipo que já está sendo definido.

“A licitação será aberta em formato de pregão eletrônico - com até oito dias. Se depender do Estado, a licitação será aberta até o final do ano e inicia a obra também nesse período. O prazo é de que, em até seis meses, a obra fique pronta, após o início”, explicou o diretor da Arsp, Júlio Castiglioni.

Ele explicou que o prazo se deve às obras serem realizadas no período noturno, devido ao tráfego diurno na Terceira Ponte. “Até o fim do primeiro semestre do ano a obra deve estar pronta, caso não haja nenhum fator externo que atrapalhe o processo”, declarou.

FORMATO DA BARREIRA

Quatro tecnologias estavam sendo estudadas em conjunto com a Rodosol. Entre eles o de placas de vidro - que manteria a visão da via para a Baía de Vitória e para o Convento da Penha. O projeto, no entanto, foi considerado inviável.

“Teríamos o problema do conforto climático, do pó preto, da maresia, que precisaria de manutenção mais cara. Além de averiguar a estrutura da via, aves poderiam colidir contra a estrutura translúcida e devido a isso foi descartado”, declarou.

A ARSP e a Rodosol evoluíram com o estudo de cabos rígidos verticais, sem inclinação, com altura de 2 metros e espaçamento de 10 centímetros a serem instalados sobre a estrutura de guardas-rodas existente na ponte. Lanças pontiagudas (fotos abaixo) foram inseridas na estrutura horizontal superior e testes realizados pelo Corpo de Bombeiros indicaram que a atual tecnologia apresenta difícil transposição.

“Esse protótipo se mostra mais vantajoso porque consegue unir o que é mais importante, tendo a preservação das seguranças das pessoas que trafegam ou querem se projetar da ponte, mas mantemos a visualização da ponte e o custo do projeto”, explicou.

A estrutura será inoxidável, para evitar ações de corrosão devido à maresia. Antes desse protótipo, havia sido estudado outros dois parecidos. Em um deles, notou-se que a inclinação necessária para evitar a escalada de pessoas ocuparia parte da área útil da Terceira Ponte usada para a circulação de veículos e atrapalharia o tráfego. No segundo teste, a inclinação para fora da ponte também se mostrou inviável e nos dois primeiros protótipos era possível passar entre os cabos tensionados horizontalmente. Veja as fotos abaixo: 

Apesar de não ter colaboração da Rodosol na execução da obra, os projetos foram cedidos pela concessionária ao Governo do Estado. O protótipo está em fase final de elaboração, agora aguardando também a consulta pública antes da abertura da licitação.

Júlio Castiglioni, diretor da Arsp . (Divulgação | Governo do ES)

O investimento total deve ser de R$ 15 milhões, com a estrutura de cerca de 6,4 km - incluindo o trecho de ida e volta da Terceira Ponte, que tem pouco mais de 3 km.

“A gente percebe que a discussão aconteceu em todo o mundo sobre colocar barreira de proteção ou não. A gente entende que é necessário preservar a vida em todas as faces, seja quem está tentando contra a vida ou quem precisa trafegar pela ponte, inclusive para tratar problemas de saúde”, declarou o diretor.

DESISTÊNCIA EM AÇÕES JUDICIAIS

O Governo do Estado decidiu custear as obras de proteção da Terceira Ponte por não ver evolução na esfera judicial. A discussão era de que a Rodosol pagasse a obra e incluísse o valor em um possível reajuste no pedágio ou descontasse em alguma dívida da concessionária “com os usuários”, caso a Justiça assim entendesse e determinasse.

“A alternativa para o não custeamento seria aguardar o desfecho de uma ação desde 1998, que não logrou êxito. Algumas discussões no judiciário avançaram, mas em relação ao suicídio não foi possível. Como a vida humana é mais importante, se entendeu fazer o investimento e antecipar essa questão”, detalhou Júlio.

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Com colaboração de João Paulo Rocetti e Caíque Verli

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