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'Estava engasgada com tudo que eu sabia', diz amiga de Milena

"Estava engasgada com tudo que eu sabia", diz amiga de Milena

A amiga pessoal da médica pediu para ser ouvida sem a presença dos réus

Publicado em 16 de janeiro de 2018 às 23:52

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Marcelle Gomes era amiga pessoal de Milena Gottardi. Ela foi uma das testemunhas nesta terça-feira (16). (Reprodução)

A advogada Marcelle Gomes, afirmou na saída do Fórum Criminal de Vitória, que ficou aliviada após ter prestado depoimento na tarde desta terça-feira (16). "Eu estava engasgada com tudo que eu sabia", relatou a advogada que era amiga pessoal da médica Milena Gottardi. Ela foi uma das testemunhas arroladas no processo que julga o assassinato de Milena. A médica foi baleada na saída do Hospital Universitário Cassiano Antonio Moraes (Hucam), em 14 de setembro do ano passado, na Capital, e morreu no dia seguinte. O ex-marido de Milena, Hilário Frasson, e o sogro, Esperidião Frasson, são acusados de serem os mandantes do crime.

Marcelle pediu para não ser ouvida na frente dos réus. "Não tenho estrutura psicológica para encontrar o Hilário", justificou. Ela não deu detalhes sobre o depoimento que prestou, mas enfatizou que sentiu uma sensação de alívio. "Nada vai trazer a minha amiga de volta. Mas eu me sinto aliviada porque eu falei a verdade", concluiu.

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A advogada disse ainda que está confiante de que os denunciados não sairão impunes do julgamento. Marcelle é uma das nove testemunhas que serão ouvidas nesta segunda-feira (16). Além dela, a mãe de Milena, Zilca Maria Gottardi, o irmão, Douglas Gottardi, e a prima, Shintia Gottardi, pediram para não prestar depoimento na frente dos réus.

O pedido foi acatado e os seis acusados de tramarem o assassinato de Milena seguiram para os presídios por volta das 18h40 desta terça-feira (16).

TESTEMUNHAS

No total, nove testemunhas de acusação intimadas pelo Ministério Público serão ouvidas nesta terça-feira (16). A previsão era de que o delegado responsável pelo caso, Janderson Lube, fosse a primeira pessoa a ser ouvida nesta terça-feira (16). No entanto, como a advogada de Milena, Ana Paula Protzner, pediu que os réus não estivessem presente no momento do depoimento dela, ela quem deu início ao julgamento.

Depois de Ana Paula, o delegado Janderson Lube foi ouvido por três horas. Devido ao longo tempo ocupado pelo depoimento do policial, as outras três pessoas que seriam ouvidas durante a manhã tiveram que passar para a parte da tarde.

No momento do intervalo para o almoço, familiares de Milena estavam com faixas e cartazes pedindo justiça na frente do Fórum. Também durante o intervalo, a defesa de Dionathas Alves Vieira — acusado de atirar contra a médica Milena — e de Bruno Rodrigues Broetto — acusado de ter roubado a moto utilizada por Dionathas no dia do crime — conversou com a imprensa e se mostrou otimista neste primeiro dia de audiências do processo.

"O depoimento do delegado (Janderson Lube) foi esclarecedor. Não há uma testemunha que indique que o Bruno sabia do crime, não há uma interceptação telefônica. Essa ausência de provas contra ele foi determinante", afirma o advogado Leonardo da Rocha de Souza, que representa Bruno e Dionathas.

Dionathas confessou ter atirado em Milena quando ela saía do plantão no Hucam, em Vitória, em setembro do ano passado. Ele afirma que cobrou R$ 2 mil pelo serviço e que dividiu o dinheiro com Bruno. O trabalho de Bruno teria sido roubar uma moto, que foi utilizada por Dionathas no crime. Segundo o advogado, Bruno não sabia que a moto roubada seria utilizada no assassinato da médica.

Leonardo diz que Dionathas colabora desde o início com as investigações. "Foi ele que indicou onde Bruno estava, ele que mostrou aonde estava a moto usada no crime, foi a partir dele que chegaram aos demais acusados. Se isso não for colaboração, eu não sei que é", ressaltou o advogado.

"Para a defesa esses depoimentos foram muito bons", finalizou.

PARTE DA TARDE

O julgamento foi retomado por volta de 15 horas e o policial civil Igor de Oliveira prestou depoimento. Em seguida, a testemunha que começou a ser ouvida por volta de 16 horas foi a amiga de Hilário, Edineia Alvarenga. Os dois trabalharam juntos na Polícia Civil.

Por volta de 17h20, a médica Maria Isabel começou a ser ouvida. A testemunha acompanhava Milena na saída do plantão na noite do crime. Já na parte da noite, às 18h50, a amiga de Milena, Marcelle Gomes, começou a ser ouvida. Depois dela, às 19h20, a mãe de Milena, Zilca Maria Gottardi, deu início ao depoimento.

RÉUS PRESENTES

O Tribunal de Justiça informou que os réus serão conduzidos ao local, mas não sabe se estarão presentes em todos os depoimentos. O TJES informou ainda que a segurança dos réus presos é de responsabilidade da Secretaria de Estado da Justiça (Sejus).

Dionathas Alves Vieira, acusado de ser o executor dos disparos, por decisão judicial, será conduzido e ficará separado dos outros cinco réus no processo. Segundo o advogado de defesa de Dionathas, Leonardo Rocha, foi uma solicitação da defesa e acolhida pelo juiz que preserva a integridade física e moral do réu.

“É de extrema importância não só pela preservação da sua vida mas também para o próprio processo tendo em vista ser o seu depoimento determinante para o esclarecimento dos fatos e indicação dos demais coautores e partícipes do crime”, informou.

O restante das audiências serão realizadas nos dias 30 e 31 de janeiro. No primeiro dia, serão chamadas as pessoas apontadas pelas defesas dos denunciados como mandantes do assassinato da médica: Hilário Frasson e o pai dele, Esperidião Frasson.

Na lista de testemunhas convocadas pelo advogado de defesa Hilário, Homero Mafra, foram intimadas 13 pessoas, entre elas um desembargador aposentado, dois assessores de desembargador, o chefe da Polícia Civil do Espírito Santo, Guilherme Daré, e um padre da Igreja Católica, José Pedro Luchi.

Já no dia 31 de janeiro, devem comparecer as testemunhas apontadas pela defesa de Hermenegildo Palauro Filho, conhecido como Judinho, e Valcir da Silva Dias, ambos acusados de serem intermediários do crime. As audiências para ouvir as testemunhas de defesa de Dionathas e Bruno Rodrigues Broetto, acusado de ter roubado a moto do crime, ainda não foram marcadas.

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Durante as audiências de instrução do processo, são ouvidas testemunhas, ocorre o interrogatório do réu e, se for o caso, são apresentadas as alegações finais. Após essas audiências, o juiz vai analisar e pode ou não decidir se pronuncia ou não o acusado, ou seja, se ele vai ou não a júri popular. Quando o juiz decide pela pronúncia, ele não está decidindo se o réu é ou não culpado, mas se há indícios de autoria do crime.

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