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Especialistas: 'Motoristas abusam mais em avenidas com melhor estrutura'

Especialistas: "Motoristas abusam mais em avenidas com melhor estrutura"

Condutores aumentam velocidade, e mais acidentes acontecem, dizem especialistas

Publicado em 17 de julho de 2018 às 02:40

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A Avenida Dante Michelini teve a segunda maior quantidade de acidentes. (Divulgação)

Problemas de sinalização, pavimentação e iluminação podem causar acidentes. Mas especialistas apontam que grande parte dos registros, na verdade, acontece em ruas e avenidas com boa estrutura. “Motoristas abusam em vias com melhor estrutura”, diz o engenheiro especialista em trânsito Paulo Lindoso.

É o caso da Avenida Fernando Ferrari, que lidera o ranking de número de acidentes do ano passado na Capital, com 430 casos, e também da Avenida Dante Michelini e da Reta da Penha, segundo e terceiro lugares, com 326 e 282 registros, respectivamente. Os dados são do Relatório Anual de Acidentes de Trânsito em 2017, da Prefeitura de Vitória.

O grande problema é a imprudência dos motoristas, que não respeitam as leis de trânsito e aproveitam as boas condições das pistas para correr mais.

Lindoso aponta que essas vias acabam sendo atrativos para a imprudência. Ele afirma também que, no Brasil, os condutores, pedestres e ciclistas não são preparados para respeitar leis. “Mesmo as vias estando em excelentes condições, o problema está na formação do condutor, que considero falha”.

FALTA DE ATENÇÃO

O especialista em transportes e professor da Universidade Federal do Espírito (Ufes) e Faesa Manoel Rodrigues compartilha da mesma opinião. Ele acrescenta que a maioria dos acidentes estão ligados à colisões (1.456 registros) devido a falta de atenção do condutor, um dos motivos é o uso de celular ao dirigir.

“Em certas situações, o motorista pode evitar uma tragédia, mas quando está desatento uma das respostas é a colisão. O excesso de velocidade é autorregulado pelo condutor pelo medo de ser multado em radares, mas a falta de atenção não. O uso do celular ao dirigir está sendo um grande problema”, afirma.

Lindoso acredita que a imprudência é generalizada e atinge também o pedestre que não respeita as leis de trânsito. “Eles possuem um comportamento errado, eles procuram a menor distância e acabam sendo vítimas de acidentes. Mas um problema é que ninguém ensina regras ao pedestre”, diz.

LONGO PRAZO

Os especialistas acreditam que esse problema será resolvido a longo prazo, com as novas gerações. “Campanhas e sinalização são importantes, mas o que precisa realmente é educar a nova geração para que tenha mais noção de cidadania e passe a respeitar as leis de trânsito. Em paralelo, é necessário que os responsáveis pela fiscalização e punição façam valer a lei e que ela seja mais rígida”, aponta Manoel Rodrigues.

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