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Entidades repudiam postagem contra jovens negros

Entidades repudiam postagem contra jovens negros

Grupos afirmam estar preocupados com o reforço na internet do estereótipo racista

Publicado em 16 de fevereiro de 2018 às 11:00

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Priscila Gama critica qualquer forma de brincadeira que possa ser ofensiva . (Carlos Alberto Silva)

Diversas entidades do movimento negro repudiaram o caso envolvendo os quatro jovens moradores de Vitória. Afirmam estar preocupadas com o reforço na internet do estereótipo racista que recai contra a juventude negra, retratados nas postagens como criminosos.

“Isso é fruto do reforço do estereótipo racista que recai na juventude negra. A associação do jovem negro a criminalidade acaba gerando manifestações racistas como essa”, disse o coordenador do Fórum da Juventude Negra do Espírito Santo (Fejunes), Lula Rocha.

Ainda segundo Lula Rocha, casos de preconceito racial ocorrem por conta da ausência ou insuficiência de políticas públicas de combate ao racismo. “É preciso investir em ações afirmativas como as cotas. Investir na implementação da Lei 10.639 que institui a obrigatoriedade do estudo da África, da contribuição do povo negro para o Brasil. E diversas outras ações de combate ao racismo”, afirmou.

Por meio de nota, a coordenação do movimento negro da Círculo Palmarino, prestou solidariedade aos jovens que tiveram dignidade ferida com o episódio. E pediu a responsabilização do universitário de cor de pele branca, autor da foto no Instagram com que insinuaria o roubo de seu celular pelos jovens.

Violência

A ativista social Priscila Gama e uma das fundadora do Instituto das Pretas desabafa e se diz cansada da violência de contra a honra e a dignidade humana.

“Ser violentado dói. Quando não dói em mim dói em outro porque reflete na minha história. É como se essas feridas não fossem fechadas. Parece que as pessoas não têm o interesse minimamente de que a gente viva respeitosamente. É complicado você ficar falando de tolerância quando as pessoas são intolerantes com a existência dos seus”, afirma Priscila.

Em resposta ao meme com os dizeres “vou roubei seu celular”, compartilhados nas redes sociais, a ativista critica qualquer forma de brincadeira que possa ser ofensiva. “Será que as pessoas estão achando que isso é uma brincadeira? Acham que esses jovens não estão se sentindo agredidos, violentados?”, lamenta Priscila.

 

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