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DOMINGO - Cinema na praça

DOMINGO - Cinema na praça

Repórter conta como reportagem virou exibição de filme no bairro São Pedro

Publicado em 8 de dezembro de 2018 às 20:44

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Durante a produção da reportagem sobre o desenvolvimento da região da Grande São Pedro, em Vitória, nas primeiras conversas com os moradores e familiares dos catadores que deram entrevista para Amylton de Almeida no documentário “Lugar de toda pobreza”, percebi que o filme era pouco lembrado, e que muitos sequer tinham assistido. Os mais velhos não tinham acesso à internet e também não sabiam manusear equipamentos eletrônicos.

Propus aos meus editores a exibição do filme e, eles sabendo do total interesse das comunidades, organizaram uma sessão de cinema na praça do bairro, dando oportunidade para todos assistirem. Na Rede Gazeta, logo vários setores se mobilizaram na preparação e divulgação: o de eventos, o arquivo, o marketing e o jornalismo da Redação Multimídia e da TV Gazeta. Parceria que deu certo. No dia da exibição, na praça Dom João Batista, em São Pedro, mais de 300 pessoas compareceram.

A sessão de cinema reuniu os moradores mais antigos, jovens e crianças, que com olhares bem atentos puderam relembrar ou conhecer o passado da região. Conhecer a história de batalhadores que durante o dia e a noite trabalhavam na Associação de Catadores de Materiais Recicláveis para sustentar filhos e moldar um futuro digno em um cenário de grande desigualdade social.

Presenciei senhoras emocionadas, crianças felizes e jovens com expressões de surpresa. Do meu lado, um pai indicava a cada cena para a filha de 9 anos como foi sua infância. As brincadeiras com os amigos nas pinguelas no meio do mangue, a chegada do caminhão do mercadinho que ele acompanhava, de seu trabalho no antigo lixão. Ele me contou que hoje, aos 42 anos, prosperou na região. É pedreiro e possui duas casas.

A ideia da especial sobre São Pedro surgiu em junho deste ano durante a produção da reportagem sobre as igrejas presentes nos 12 quilômetros da Rodovia Serafim Derenzi. Para entender o presente na ‘rodovia da fé’ precisei conhecer o passado da região. Assisti ao documentário de Amylton de Almeida, obra que também resultou na publicação de um livro. Queria conhecer as catadoras Corina, Dona Leda e tantos outros que apareciam no filme ou seus parentes. Sabia que seria difícil, pois passado tanto tempo muitos já morreram.

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Batendo de porta em porta nos bairros, logo os moradores mais antigos indicavam onde elas e seus familiares moravam. Encontrei Corina, a filha de Osvaldina e tantos outros que construíram a história da Grande São Pedro. Queria saber sobre o desenvolvimento do bairro por meio do passado, presente e o que eles esperam para o futuro da região.

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