O Conselho Regional de Medicina do Espírito Santo (CRM-ES) publicou nesta quarta-feira (17) uma nota orientando que as unidades hospitalares do Estado suspendam imediatamente o uso de qualquer material fornecido pela empresa investigada Golden Hospitalar. A empresa é acusada pelo Núcleo de Repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nuroc) de adulteração e reutilização de material cirúrgico descartável.
O Nuroc deflagrou nesta terça-feira (16) a operação "Lama Cirúrgica", que prendeu dois empresários e um enfermeiro da Golden Hospitalar. Segundo o núcleo, os acusados reaproveitavam materiais descartáveis e revendiam a hospitais da Grande Vitória. O trio reutilizou 2.536 vezes produtos descartáveis em um hospital particular da Serra.
O CRM-ES pede ainda que os Diretores Técnicos das unidades hospitalares do Estado revejam os fluxos de entrada e descarte de material hospitalar "a fim de evitar riscos aos pacientes e transtornos de toda ordem".
A OPERAÇÃO
Dois empresários e um enfermeiro foram presos nesta terça-feira (16) suspeitos de adulterar produtos cirúrgicos para obter mais lucro. Batizada de "Lama Cirúrgica", a operação comandada pelo Núcleo de repressão às Organizações Criminosas e à Corrupção (Nuroc), aconteceu em Vitória e Serra, e revelou que o trio reutilizou 2.536 vezes produtos descartáveis em um hospital particular da Serra.
De acordo com a polícia, os produtos eram reprocessados ilicitamente e utilizados em procedimentos cirúrgicos na área ortopédica em hospitais privados, causando potencial dano à saúde de usuários e da coletividade. A reutilização de produtos descartáveis é proibida pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O Nuroc chegou até os criminosos depois de receber uma denúncia anônima. Os empresários Gustavo Deriz Chagas e Marcos Roberto Krohling Stein - proprietários da Golden Hospitalar -, e o enfermeiro Thiago Waiyn foram presos e são acusados de lavagem de dinheiro, formação de organização criminosa, estelionato, falsidade ideológica e adulteração de produtos medicinais.
INVESTIGAÇÕES
As investigações tiveram início em outubro do ano passado, depois que uma operação do Nuroc e da Vigilância Sanitária apreendeu produtos médicos e etiquetas adulteradas. O avanço das investigações revelou adulteração de códigos de registro, número do lote, data de fabricação e validade do produto em produtos e etiquetas apreendidos no Golden Hospitalar e no centro cirúrgico de um hospital da Serra.
Essa foi a primeira fase da operação. As investigações prometem identificar também a existência de fraude em produtos reprocessados, que são vendidos como novos/originais fossem, em prejuízo de operadoras de plano de saúde e seus beneficiários. O Nuroc ainda investiga a participação de hospitais privados e distribuidoras de produtos para a saúde atuantes em Vitoria, Serra, Cariacica e Vila Velha.
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