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Capixaba relata angústia pela espera do resultado do coronavírus

Capixaba relata angústia pela espera do resultado do coronavírus

Cabeleireira, de 44 anos, está na expectativa após fazer exame em Vitória. "A gente fica mais desesperada ainda", desabafa

Publicado em 20 de março de 2020 às 08:00

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Uma cabeleireira, de 44 anos, começou a sentir muita dor no corpo e de garganta depois que saiu do hospital em uma visita ao padastro. Um dia depois, vieram a coriza e a tosse. Moradora de Vitória, ela começou então a tomar medicamentos para gripe. Mas os sintomas não passaram. Até que resolveu realizar o teste do novo coronavírus na última segunda-feira (16), quando começou a fazer quarentena.

"Está sendo horrível. É a pior coisa ficar em casa presa sem saber o que está acontecendo com você. Não estou sendo medicamentada. O que mais me preocupa é de não saber o resultado. A gente fica mais desesperada ainda", relata a cabeleireira.

A mulher foi consultado no Pronto Atendimento (PA) do bairro São Pedro no mesmo dia do teste, que deve ficar pronto até a próxima segunda-feira. Os médicos aplicaram uma injeção de benzetacil e não receitaram nenhum outro medicamento. Apesar de estar sem tratamento, agora ela apresenta apenas tosse e pigarro na garganta. Além da incerteza em relação a sua saúde, a cabeleireira reclama do isolamento social.

"A gente está meio que apavorado porque esta situação é muito constrangedora. Você fica isolada, sem poder falar com ninguém. Ainda não precisamos ir ao supermercado. Mas, minha irmã já comprou pão para mim e me entregou pela janela. Não tenho deixado ninguém entrar em minha casa.", conta.

MUDANÇA DE ROTINA

A rotina mudou completamente. Casada e mãe de uma filha, ela passou a dormir separada do marido, inclusive em cômodos diferentes. "Minha filha iria parar de ir a escola, mas as aulas foram suspensas. Meu marido saiu de casa de máscara hoje para pegar atestado e ficar de quarentena conosco. Nenhum dos dois está com sintoma", diz.

CONTATO COM CLIENTE

A cabeleireira teve contato, na quinta-feira (12), com uma cliente que veio da  Espanha no final de fevereiro. O procedimento que realizou – um relaxamento capilar – durou apenas 40 minutos. Na ocasião, foi utilizava máscara para proteção própria e das clientes.

"Depois que realizei o teste, liguei para minha cliente, que tem mais de 50 anos, para que ela procurasse o PA. Fizeram apenas um raio-X, medicaram ela e a mandaram para casa. Ela também está com tosse, espirrando muito, mas não indicaram que ela fizesse o teste do coronavírus", relata a cabeleireira.

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