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'Acabou tudo', diz filha de médico morto em escada rolante na Bolívia

"Acabou tudo", diz filha de médico morto em escada rolante na Bolívia

A filha da vítima contou para a reportagem que o médico, que atuava em Vitória, foi vítima de "uma sequência de erros". Muito abalada, ela disse que o pai era o provedor da família: "A gente só tinha o meu pai".

Publicado em 13 de março de 2020 às 14:41

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Médico Freddy Rolando Rojas Rioja com a filha Lívia Giovanna Salles Rojas. (Acervo pessoal)

Prestes a completar uma semana da morte do médico boliviano e naturalizado brasileiro Freddy Rolando Rojas Rioja, de 67 anos, que morreu após cair de uma escada rolante que cedeu na Bolívia, no último sábado (07), a filha da vítima conversou com a reportagem de A Gazeta. 

Ela contou que o otorrinolaringologista, que atuava no Hospital da Polícia Militar, em Bento Ferreira, e em uma clínica particular, na Praia do Suá, em Vitória, foi vítima de "uma sequência de erros". Muito abalada, ela disse que o pai era o provedor da família: "Era só o meu pai. Acabou. Tudo vai mudar".

O médico estava de férias em Cochabamba, visitando a mãe, quando usou uma escada rolante do Shopping Vênus na Plaza Colón. A família conta que a escada estava em manutenção, porém sem qualquer sinalização que avisasse isso. Assim que o otorrinolaringologista pisou no degrau, a escada cedeu e ele caiu. A perna dele chegou a ser amputada no momento do acidente. A família acusa o estabelecimento de negligência. 

"NÃO TINHA SINALIZAÇÃO", DISSE MÉDICO ANTES DE MORRER

O médico foi levado a um hospital da região. Lúcido, ele chegou a denunciar que a queda aconteceu porque não havia sinalização de que a escada estava em manutenção. Além disso, segundo a família, o hospital não tinha condições de atender a vítima, que perdeu muito sangue e não resistiu. 

"Meu pai chegou com vida no hospital, consciente e falando que (a escada) não tinha sinalização. Ele estava sangrando muito e o hospital não possuía estrutura necessária para atendê-lo. Erros atrás de erros. E todos os gastos nós estamos arcando sem a menor condição", contou Lívia Giovanna Salles Rojas Rioja, filha do médico.

FAMÍLIA ACUSA SHOPPING DE NEGLIGÊNCIA

O caso teve grande repercussão na Bolívia e está sendo investigado pelas autoridades locais.  Lívia foi ao país com a mãe após morte e responsabiliza os administradores do shopping por não terem tomado os cuidados de sinalizar que a escada estava em manutenção. Ela completou que a família recebeu apoio do Consulado Brasileiro e da Companhia aérea Boliviana de Aviación (BoA).

"Quando fui contactada em São Paulo, meu pai estava vivo ainda. Comprei às pressas passagens para mim e meu namorado, que é residente de cirurgia geral na Santa Casa de São Paulo e instrutor de suporte de vida. Na esperança de salvar meu pai, eu levei meu namorado, mas recebi a notícia que meu pai havia falecido ainda na sala de embarque de Guarulhos", lembra. 

"ACABOU. TUDO VAI MUDAR PARA MINHA FAMÍLIA", DIZ FILHA

Médico Freddy Rolando Rojas Rioja com família. (Acervo pessoal)

Emocionada, Lívia contou que o pai era o único provedor da família e que tudo vai mudar após a morte dele.  O velório e sepultamento do médico aconteceram em Cochabamba na última segunda-feira (09), com a presença de familiares e amigos.

"Estou tentando acionar advogados para processar os culpados por tudo que aconteceu com meu pai. Estou comunicando o consulado, está tudo bem confuso. Queremos justiça. Porque era só meu pai. Minha mãe não trabalha, eu estou estudando em São Paulo e tenho um irmão especial. Mas acabou tudo. Tudo vai mudar para nossa família. Está muito difícil", lamentou. 

Além de otorrinolaringologista, Freddy Rolando Rojas Rioja também era formado em Medicina Sanitária e estava estudando Medicina do Trabalho.  Ele chegou ao Brasil em 1983 e morava no Espírito Santo desde 1988.

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