Prestes a completar uma semana da morte do médico boliviano e naturalizado brasileiro Freddy Rolando Rojas Rioja, de 67 anos, que morreu após cair de uma escada rolante que cedeu na Bolívia, no último sábado (07), a filha da vítima conversou com a reportagem de A Gazeta.
Ela contou que o otorrinolaringologista, que atuava no Hospital da Polícia Militar, em Bento Ferreira, e em uma clínica particular, na Praia do Suá, em Vitória, foi vítima de "uma sequência de erros". Muito abalada, ela disse que o pai era o provedor da família: "Era só o meu pai. Acabou. Tudo vai mudar".
O médico estava de férias em Cochabamba, visitando a mãe, quando usou uma escada rolante do Shopping Vênus na Plaza Colón. A família conta que a escada estava em manutenção, porém sem qualquer sinalização que avisasse isso. Assim que o otorrinolaringologista pisou no degrau, a escada cedeu e ele caiu. A perna dele chegou a ser amputada no momento do acidente. A família acusa o estabelecimento de negligência.
O médico foi levado a um hospital da região. Lúcido, ele chegou a denunciar que a queda aconteceu porque não havia sinalização de que a escada estava em manutenção. Além disso, segundo a família, o hospital não tinha condições de atender a vítima, que perdeu muito sangue e não resistiu.
"Meu pai chegou com vida no hospital, consciente e falando que (a escada) não tinha sinalização. Ele estava sangrando muito e o hospital não possuía estrutura necessária para atendê-lo. Erros atrás de erros. E todos os gastos nós estamos arcando sem a menor condição", contou Lívia Giovanna Salles Rojas Rioja, filha do médico.
O caso teve grande repercussão na Bolívia e está sendo investigado pelas autoridades locais. Lívia foi ao país com a mãe após morte e responsabiliza os administradores do shopping por não terem tomado os cuidados de sinalizar que a escada estava em manutenção. Ela completou que a família recebeu apoio do Consulado Brasileiro e da Companhia aérea Boliviana de Aviación (BoA).
"Quando fui contactada em São Paulo, meu pai estava vivo ainda. Comprei às pressas passagens para mim e meu namorado, que é residente de cirurgia geral na Santa Casa de São Paulo e instrutor de suporte de vida. Na esperança de salvar meu pai, eu levei meu namorado, mas recebi a notícia que meu pai havia falecido ainda na sala de embarque de Guarulhos", lembra.
Emocionada, Lívia contou que o pai era o único provedor da família e que tudo vai mudar após a morte dele. O velório e sepultamento do médico aconteceram em Cochabamba na última segunda-feira (09), com a presença de familiares e amigos.
"Estou tentando acionar advogados para processar os culpados por tudo que aconteceu com meu pai. Estou comunicando o consulado, está tudo bem confuso. Queremos justiça. Porque era só meu pai. Minha mãe não trabalha, eu estou estudando em São Paulo e tenho um irmão especial. Mas acabou tudo. Tudo vai mudar para nossa família. Está muito difícil", lamentou.
Além de otorrinolaringologista, Freddy Rolando Rojas Rioja também era formado em Medicina Sanitária e estava estudando Medicina do Trabalho. Ele chegou ao Brasil em 1983 e morava no Espírito Santo desde 1988.
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