O Banestes alcançou resultado de R$ 170 milhões entre janeiro e setembro deste ano. Apesar do cenário positivo quando se olha o desempenho no ano, o banco capixaba apresentou queda no lucro no terceiro trimestre de 2020 em comparação com o mesmo período do ano passado.
A receita entre julho e setembro foi de R$ 45 milhões, volume 23% menor que o registrado nos mesmos de 2019, quando o banco capixaba alcançou R$ 58 milhões em resultado líquido. Um dos fatores que teriam contribuído para a retratação foi a taxa Selic estabilizada, atualmente, em 2% ao ano e a redução de transações com cartão, por conta do controle de gastos das famílias com esse tipo de crédito agora na pandemia.
Na comparação com o resultado do trimestre imediatamente anterior, entretanto, há sutil melhora: entre julho e setembro, o lucro do banco aumentou em 6,2%. Entre abril e junho, o banco alcançou R$ 42 milhões de lucratividade.
No acumulado do ano, até setembro, o lucro líquido do Banestes de R$ 170 milhões teve evolução de 1,4% quando comparado ao mesmo período de 2019. A alta é puxada pelos resultados do período pré-pandemia. De janeiro a março, o banco atingiu lucro de R$ 83 milhões, um recorde para esse período.
Do total, já foram destinados R$ 33 milhões aos acionistas do banco, sendo que, destes, R$ 30 milhões foram repassados ao acionista controlador, que é o Estado, para aplicação em áreas prioritárias definidas no orçamento estadual uma garantia de receita importante em meio à crise.
Já o faturamento bruto da instituição financeira chegou a R$ 1,6 bilhão (-21,7%) no acumulado do ano, sendo R$ 480 milhões (-30,6%) obtidos no terceiro trimestre.
Segundo o diretor-presidente do Banestes, José Amarildo Casagrande, os resultados menores em relação ao ano passado foram influenciados diretamente pela redução da taxa básica de juros, a Selic, e pela redução de operações de crédito nas empresas, sob efeitos da pandemia do novo coronavírus, que afetou fortemente a economia local.
O faturamento bruto é calculado a partir da soma de alguns componentes, conforme explicou o diretor de Relações com Investidores e Finanças, Fernando Poncio Paiva. Entre eles, as receitas com a prestação de serviços e tarifas bancárias, que somaram no terceiro trimestre o valor de R$ 86 milhões, queda de 8,1% contra o mesmo período de 2019, e no acumulado do ano atingiram R$ 263 milhões, recuo de 2,7%, na mesma comparação.
Os resultados foram influenciados pela queda com atividades com cartões (-1,6%), conta-corrente e depósitos (-7,0%) e gestão e administração de fundos (-8,8%). Já os prêmios retidos no trimestre foram de R$ 44 milhões um crescimento de 5,2% em relação ao mesmo período do ano passado e, no ano, já somaram R$ 119 milhões, apontando um aumento de 0,9% contra o mesmo período de 2019.
Tivemos essas quedas, mas, por outro lado, nós aumentamos muito nosso volume de crédito. Esse ano já liberamos bilhões de reais em crédito. Somente durante a pandemia, foram de R$ 442 milhões. E estamos reduzindo custos, conseguimos controlar a inadimplência, o que é importantíssimo, observou o diretor-presidente do banco.
Ele destaca que a pausa no pagamento de parcelas de financiamentos foi um dos fatores que contribuíram para o controle da inadimplência entre os clientes, que encerrou o terceiro trimestre em 1,5% (Carteira de Crédito Ampliada) e 2,4% (Carteira de Crédito Comercial), ambas menores quando comparadas ao mesmo período de 2019, ou ao trimestre anterior.
Foi uma medida que ajudou a dar fôlego às pessoas, às empresas. Muitos precisavam dessa pausa para poder se adequar ao momento, e até mesmo para conseguirem acesso a outros créditos. Isso, somado à modernização dos serviços, inclusive criação da agência digital, foi extremamente benéfico.
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