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Por proteção, enfermeira do ES só vê o filho de 1 ano uma vez por mês

Por proteção, enfermeira do ES só vê o filho de 1 ano uma vez por mês

Para continuar trabalhando no Jayme Santos Neves, na Serra, referência para a Covid-19, a enfermeira Aline Rubim Freitas, deixou o filho Benjamin, com os avós, e o visita a cada 35 dias

Publicado em 29 de junho de 2020 às 16:04

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Aline aproveita ao máximo os raros momentos com o filho Benjamin, de apenas um aninho
Aline aproveita ao máximo os raros momentos com o filho Benjamin, de apenas um aninho. (Reprodução/TV Gazeta)

Acompanhar o crescimento dos filhos é uma das delícias da maternidade, mas a pandemia do novo coronavírus praticamente impediu que a enfermeira Aline Rubim Freitas veja o filho Benjamin, de apenas um aninho, com a frequência que gostaria. Devido à doença, a profissional da saúde, que trabalha no Hospital Jayme Santos Neves, na Serra, se isolou e curte os momentos com o pequeno apenas uma vez por mês.

A realidade da enfermeira é a mesma de muitas pessoas, especialmente a dos trabalhadores da saúde que atuam na linha de frente no combate à doença. A saudade é grande e difícil de suportar, mas o distanciamento da família se faz necessário, como dito por Aline.

"Ficar longe dele, sem sombra de dúvida é o que tem sido mais difícil para mim nessa quarentena. Trabalhar, estar na linha de frente, o risco de contaminação, nada disso me assusta. Agora estar afastada dele é difícil demais", contou a trabalhadora, que neste período tem deixado o filho sob os cuidados da irmã e da mãe, que é avó do menino.

VISITA SÓ TESTADA

O afastamento necessário do filho fez com que Aline, que trabalha no Hospital Jayme dos Santos Neves, referência no tratamento da Covid-19, perdesse um dos momentos que os pais mais esperam: os primeiros passos do filho.

A enfermeira Aline Rubim Freitas vê o filho uma vez a cada mês
A enfermeira Aline Rubim Freitas vê o filho uma vez a cada mês. (Reprodução/TV Gazeta)

Moradora de Balneário de Jacaraípe, a enfermeira deixou o pequeno Benjamin na casa dos familiares, em Santo Antônio, na capital Vitória. Somente uma vez a cada 35 dias ela "se permite" ir até lá para brincar e passar poucos, mas deliciosos momentos com a criança. As visitas são precedidas de testes para a detecção da doença. O custo da testagem é arcado pela própria Aline.

"Para trabalhar, eu precisava deixar meu filho com minha mãe. Como ela já tem 60 anos e ainda cuida da minha avó, de 92 anos, portanto são todas do grupo de risco, por segurança do meu filho e também delas, eu abdiquei de estar com eles. O exame ainda é muito caro, quase R$ 300 reais, e não dá para fazer em um período menor do que esse. É doloroso a cada despedida, mas sempre penso que se eu estiver contaminada, posso também contaminá-los. Por isso estou fazendo isso", ponderou Aline.

Para atenuar a distância, a enfermeira vê o filho por vídeochamadas, fotos, ligações e a família contribuiu ao máximo para deixar mãe e filho próximos, ainda que não fisicamente.

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"Eu me privo de estar com quem eu amo para cuidar dos outros. O mínimo que as pessoas podem fazer é ficar em casa e se cuidar", ponderou Aline.

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