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Moradores de distrito de Cachoeiro convivem com poeira há 15 anos

Moradores de distrito de Cachoeiro convivem com poeira há 15 anos

Moagem de calcário das empresas do distrito traz problemas para quem mora no local. MPES instaurou Inquérito Civil e Procedimento de Investigação Criminal

Publicado em 29 de julho de 2020 às 20:03

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Moradores de distrito de Cachoeiro convivem com poeira há 15 anos
Moradores de distrito de Cachoeiro convivem com poeira há 15 anos. (Reprodução/ TV Gazeta Sul )

Pela manhã, o que à primeira vista parece uma neblina sobre o distrito de Itaoca Pedra, em Cachoeiro de Itapemirim, no Sul do Espírito Santo, é, na verdade, poeira que vem das empresas de moagem de calcário. A atividade, que é importante para o setor econômico da região, traz há 15 anos problemas para quem mora no local.

A comerciante Cirlene Vieira Borges convive com a rotina de limpar os móveis para usá-los. “Todos os dias é assim. Muito difícil para conviver aqui. Para tomar café, tenho que limpar a mesa”, conta a moradora.

A poeira que afeta as casas e a saúde dos moradores, dá trabalho redobrado para quem é comerciante na região. A atendente de padaria Heloina Antunes revela que o excesso de poeira é tão grande, que os clientes chegam a pensar que o produto está velho. “Tenho que passar pano de 3 a 4 vezes por dia. Lavo cedo e à tarde de novo. As mercadorias, às vezes, os clientes pensam que estão velhas e vencidas de tanta poeira”, diz a atendente.

Atendente de padaria Heloina Antunes
Atendente de padaria Heloina Antunes. (Reprodução/ TV Gazeta Sul )

Quem mora em Itaoca Pedra espera uma solução. “Eu sinto Itaoca abandona, como se fosse um lugar só de trabalho, que não morasse ninguém aqui. A indústria, o trabalho que desenvolvem, é importante. Precisamos deles, mas precisamos de cuidado com nossa saúde e bem estar”, disse a moradora Cirlene Vieira Borges.

FISCALIZAÇÃO

Ministério Público do Estado do Espírito Santo (MPES) informou que, em 2019, a Promotoria de Justiça Cível de Cachoeiro de Itapemirim realizou reunião com a comunidade do Distrito de Itaoca para tratar de questões relacionadas à poluição atmosférica na região. Depois, o órgão requisitou à Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Cachoeiro de Itapemirim e ao Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema) a realização de ação fiscalizatória junto às empresas.

Informou que essa fiscalização foi realizada e a Secretaria Municipal de Meio Ambiente notificou empresas para cumprirem as normas que estão nas licenças de operação. O MPES instaurou Inquérito Civil e Procedimento de Investigação Criminal, ainda em tramitação.

A prefeitura de Cachoeiro informou, por meio de nota, que a Secretaria Municipal de Meio Ambiente faz parte de um programa de monitoramento da poluição atmosférica. O programa está sendo elaborado com o apoio técnico do Iema desde 2019. Disse ainda que permanece acompanhando a situação por meio das condicionantes de licenciamento ambiental e já está retomando o planejamento com o Iema para dar continuidade às ações de fiscalização.

Com informações do repórter Gustavo Ribeiro, da TV Gazeta Sul 

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