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Mais de 80 famílias no ES não têm notícias de parentes. Veja como ajudar

Mais de 80 famílias no ES não têm notícias de parentes. Veja como ajudar

Segundo a Delegacia Especializada em Pessoas Desaparecidas (DEPD), neste ano foram localizadas 290 pessoas, sendo que 15 delas haviam falecido

Publicado em 2 de dezembro de 2020 às 07:00

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Site vai disponibilizar informações de pessoas desaparecidas
Site da polícia disponibiliza informações de pessoas desaparecidas. (Reprodução)

Não saber onde uma pessoa querida está, não ter notícias dela, é o desespero que 376 famílias já sentiram somente até outubro deste ano, no Espírito Santo. A cidade com o maior número de registros  de desaparecidos é Serra, com 120 casos, seguida de Vila Velha, com 88, e em terceiro estão Vitória e Cariacica, com 77 boletins de ocorrência.  

Do total de registros policiais desde o início de 2020, 22% não foram encontrados, ou seja, atualmente 86 pessoas estão sem paradeiro. Segundo o delegado Wanderson Prezotti, titular da Delegacia Especializada em Pessoas Desaparecidas (DEPD), foram localizadas este ano 290 pessoas tidas como desaparecidas ao longo desses meses, sendo que 15 delas haviam falecido.

"A média de tempo para que a pessoa reencontre a família ou consigamos saber onde ela está é de sete dias,  após o registro do Boletim de Ocorrência e, geralmente, em bairros vizinhos", descreveu. 

No caso dos óbitos, grande parte são de mortes por crimes relacionados ao tráfico de drogas, em que os parentes não têm sinais de onde estão os corpos. "É triste. São em momentos assim que pedimos que qualquer pessoa que se compadeça de uma mãe ou de um pai, que também denuncie se souber autoria, pois esses familiares têm o direito de velar o corpo", disse o delegado. 

QUEM SÃO OS DESAPARECIDOS?

Os boletins de ocorrência realizados pelos familiares para documentar o desaparecimento e ter ajuda para  encontrar alguém que não se tem notícia também mostram o perfil dessas pessoas, como explica o delegado.

"A maioria são adultos do sexo masculino que tem como motivação a fuga do lar, depois o uso de drogas ou em terceiro lugar, casos amorosos. O segundo perfil com mais registros é o de adolescentes do sexo feminino, com desaparecimentos causados por fuga do lar, seja por desavenças com os pais dentro de casa ou por pleitear uma maior liberdade sexual", detalhou Prezotti. 

O delegado acrescenta que, em 90% dos casos, há questões de dificuldade de relacionamento familiar, independente da classe social. "A essência do caso de desaparecimento é a falta de diálogo, são pessoas que  não têm abertura para conversar em casa. São casos que vêm parar na polícia, mas que poderiam ter sido prevenidos com diálogo ou até assistência psicológica e social", observa.

Raramente há registro de crianças desaparecidas. "Os casos que tivemos são de menores de 12 anos que foram levados por um dos responsáveis sem a autorização do outro, de forma clandestina,   o que acontece em um contexto de desacordo entre eles", pontuou. 

REGISTRO

No final do mês de outubro, a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) colocou no ar a página de pessoas desaparecidas para que sejam divulgadas as imagens e identidade de quem parentes querem localizar. A publicação na plataforma on-line é feita mediante registro de Boletim de Ocorrência em qualquer delegacia do Espírito Santo e autorização de publicação. 

O delegado explica que, ao contrário do que se pensa, não é preciso esperar o prazo de 24 horas de desaparecimento para  procurar a polícia.  "Não existe prazo de 24 horas. Temos que estar atento à rotina do familiar.  Se tem costume de ficar quatro ou cinco dias fora de casa ou se vai e volta do trabalho todo dia no mesmo horário e algo diferente do habitual aconteceu", aponta. 

Ele explica que o primeiro passo é tentar contato com a pessoa. "Vivemos em uma época de telefone celular, em que é mais fácil  conversar com a pessoa, monitorar minuto a minuto e saber onde ela está. Mas se a pessoa muda a rotina e não dá satisfação, já tem que ficar atento. Deve-se buscar quem se relaciona, os amigos, verificar locais possíveis de o familiar estar. Se já deu tempo suficiente para a pessoa se comunicar e não conseguiu contato, procure a delegacia mais próxima da residência", orienta. 

Também é possível fazer o registro na Delegacia On-line no site https://delegaciaonline.sesp.es.gov.br . Quanto maior a divulgação, maior o retorno. Por isso, a orientação é divulgar em redes socais a busca, além no site da Sesp. 

ONDE REGISTRAR

Como familiares podem relatar o desaparecimento:

  • Na delegacia mais próxima, levando se possível uma foto recente e documentos;  
  • Na Delegacia On-line: https://delegaciaonline.sesp.es.gov.br

COMO AJUDAR

Canais onde informações podem ser repassadas para auxiliar o trabalho de investigação de pessoas desaparecidas:

  • Pelo telefone do Disque-Denúncia 181, de forma sigilosa
  • Pelo site disquedenuncia181.es.gov.br, onde é possível anexar imagens e vídeos de ações
  • Pela Delegacia de Pessoas Desaparecidas, no telefone (27) 3137-9065

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