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ES regulamenta lei que multa em até R$ 701 quem divulgar fake news sobre Covid

ES regulamenta lei que multa em até R$ 701 quem divulgar fake news sobre Covid

Pelas regras, as denúncias sobre o compartilhamento de desinformação deverão ser encaminhada pelo site da Ouvidoria com direcionamento à Secretaria de Controle e Transparência ou por outros canais definidos pelo governo

Publicado em 17 de setembro de 2020 às 07:36

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Fake news encontram terreno fértil na internet
Desinformação: conteúdos enganosos encontram terreno fértil na internet. (memyselfaneye/ Pixabay )
ES regulamenta lei que multa em até R$ 701 quem divulgar fake news sobre Covid

O governo do Espírito Santo regulamentou, por meio de um decreto publicado no Diário Oficial nesta quinta-feira (17), a lei que estabelece multa de até R$ 700 para quem divulgar desinformação sobre pandemias no Estado, como a Covid-19.

Pelas regras, as denúncias sobre o compartilhamento de notícias falsas deverão ser encaminhadas pelo site da Ouvidoria (https://ouvidoria.es.gov.br), com direcionamento à Secretaria de Estado de Controle e Transparência (Secont), ou por outros canais definidos pelo governo do Estado.

A Secont fará uma análise preliminar das denúncias para identificar os infratores e apurar se a notícia apresenta sinais de falsidade. Em seguida, o conteúdo será encaminhado à Vigilância Sanitária da Secretaria de Estado da Saúde (Sesa), que será responsável por punir os responsáveis pelo compartilhamento das fake news.

A multa pode variar entre R$ 70,16 e R$ 701,68. Para definir o valor, a Vigilância Sanitária deverá considerar as circunstâncias da informação falsa, a gravidade do fato e as consequências para a saúde pública e os antecedentes do infrator.

O decreto que regulamenta a lei começa a valer nesta quinta-feira e diz que a denúncia encaminhada deverá ser respondida dentro de um prazo de 30 dias, que pode ser prorrogado por mais 30.

ENTENDA A PROPOSTA

A lei, de autoria do deputado estadual Hércules Silveira (MDB), o Doutor Hércules, determina que o valor arrecadado com as multas seja revertido ao Fundo Estadual de Saúde, que tem como objetivo criar condições financeiras e de gerência dos recursos destinados a custear o desenvolvimento das ações e serviços de saúde.

Na justificativa do projeto, o deputado afirmou que as fake news têm "provocado grande inquietude e sentimento de desespero na sociedade" e que, em tempos de grave crise de saúde pública não se pode "permitir tamanho absurdo ou crueldade".

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O uso do termo fake news

O termo fake news (notícias falsas) é amplamente usado para definir conteúdos falsos ou enganosos compartilhados via redes sociais e aplicativos de mensagens. Ele consta, por exemplo, nessa lei estadual. No entanto, a utilização dele é criticada por estudiosos da área, que preferem usar a palavra desinformação. A expressão, de acordo com a pesquisadora britânica Claire Wardle, líder da iniciativa First Draft, não explica a complexidade de todas as formas de mentira que existem hoje. "Muitas das informações mais poderosas têm a forma visual. Não são sites que parecem notícias. Além disso, muito conteúdo problemático não é falso. É genuíno, mas usado fora de contexto", explicou para A Gazeta em 2018. Outro problema é que o termo fake news já serviu ao discurso de líderes autoritários de todo o mundo como arma, afirmou a pesquisadora. O objetivo é desacreditar o trabalho da imprensa quando não gostam de alguma notícia (tipo de texto jornalístico).

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