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Crescimento do número de casos de chikungunya preocupa no ES

Crescimento do número de casos de chikungunya preocupa no ES

Até metade de maio mais de 10.400 pessoas tiveram a doença em todo o Espírito Santo. No mesmo período do ano passado foram pouco mais de 830 casos

Publicado em 25 de maio de 2020 às 16:22

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Mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão dos vírus da dengue, febre chikungunya e Zika
Mosquito Aedes aegypti, responsável pela transmissão dos vírus da dengue, chikungunya e Zika . (Agência Brasil)

Espírito Santo tem 46.395 casos registrados de dengue, zica e chikungunya só em 2020. As doenças provocadas pelo mosquito Aedes Aegypti cresceram quase 10 vezes em relação ao mesmo período do ano passado. Menos comum nos anos anteriores, a chikungunya foi a  doença que mais cresceu.

No bairro Rio Marinho, em Cariacica, por exemplo, há muitas pessoas contaminadas. O aposentado Edson Carlos da Silva acaba de se recuperar, depois de ficar mais de uma semana com chikungunya. Na rua onde ele mora, ele afirma que há dezenas de pessoas com a doença.

"Cheguei a parar no hospital com quase 40° de febre. Dor, dor, mais dor demais. Você não consegue fechar os dedos. Só aqui no nosso meio contei umas 15 pessoas", contou.

A diarista Edinéia Silva Gomes,  é uma das vizinhas de Edson que também ficou doente: "Eu, minhas duas irmãs, meu esposo. A gente não aguenta fazer nada, a febre é muito alta, muita dor no corpo".

AUMENTO DA DOENÇA ATINGE TODO O ESTADO

O que acontece em Rio Marinho pode ser um reflexo do que vem acontecendo em todo o Estado. Até a metade de maio, mais de 10.400 pessoas tiveram chikungunya em todo o Espírito Santo. No mesmo período do ano passado foram pouco mais de 830 pessoas. São mais de 9.600 casos a mais. A dengue segue como a doença transmitida pelo mosquito Aedes que mais contamina os capixabas: são mais de 35 mil casos esse ano.

"Faz muito tempo que não vemos os agentes de saúde na rua, visitando as casas. E agora, com a pandemia da Covid-19, nós vemos menos ainda ou nenhum aqui na rua. O carro fumacê depois de várias solicitações na secretaria de saúde, tem passado esporadicamente", relata o líder comunitário de Rio Marinho, Márcio Araújo.

Mas porque os casos de chikungunya dispararam tanto assim? O coordenador do programa estadual de combate ao mosquito, Roberto Laperriere Júnior, explica.

"A gente pode explicar esse aumento nos casos de chikungunya, considerando que a gente não teve nenhuma epidemia de chikungunya nos anos anteriores aqui no Estado. Tem uma grande população ainda suscetível ao vírus, o que pode levar a gente a ter um elevado número de casos de chikungunya", esclarece Júnior.

Diante disso, a chikungunya tem se espalhado na população porque a maioria das peo povo já pegou dengue ou zika. Aí, vira uma bola de neve: quanto mais pessoas infectadas com chikungunya, o mosquito vai ter mais dessa doença para espalhar. É por isso que a prevenção continua sendo o melhor remédio.

"Aproveitando que as pessoas devem estar em casa, fazendo o seu isolamento social com relação ao covid-19, aproveitar para fazer o check list semanal na residência. EIiminar qualquer possível criadouro do mosquito", reforça o coordenador.

O QUE DIZ A PREFEITURA DE CARIACICA

Procurada  pela reportagem, a Secretaria Municipal de Saúde de Cariacica afirmou, por meio de nota, que o carro fumacê cumpriu rota em Rio Marinho esse mês. "O cronograma do carro segue o número de notificações da doença e também obedece as normas técnicas de segurança ambiental".

Sobre  a ausência dos agentes de saúde, a prefeitura disse que "as visitas dentro das casas estão sendo evitadas, conforme orientação do Ministério da Saúde, por conta da pandemia do novo coronavírus"

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Com informações da TV Gazeta

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