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Covid-19: mais pessoas em casa nas cidades de alto risco mesmo após comércio abrir

Covid-19: mais pessoas em casa nas cidades de alto risco mesmo após comércio abrir

Apesar desse aumento, apenas Santa Teresa tem o índice de isolamento maior que 55%, número que representa o patamar mínimo recomendado pelo governo do Estado

Publicado em 24 de maio de 2020 às 11:00

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Movimento do comércio em Laranjeiras, na Serra
Movimento do comércio em Laranjeiras, na Serra. (Ricardo Medeiros)

Mesmo com a abertura do comércio em cidades com alto risco de contágio de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, o índice de isolamento social cresceu na Grande VitóriaFundão e Santa Teresa. Apesar desse aumento, apenas o último tem o índice maior que 55%, número que representa o patamar mínimo de isolamento recomendado pelo governo do Estado.

Desde o dia 11 deste mês, o comércio nas cidades mais fortemente atingidas pela pandemia de Covid-19 foi autorizado a abrir de forma alternada. A regra diz que o setor só pode funcionar das 10h às 16h, de segunda a sexta-feira. As cidades consideradas de risco baixo e moderado estão com o comércio funcionando desde 22 de abril.

A análise foi feita considerando a última semana antes de o comércio ser aberto, entre os dias 4 a 8 de maio, e uma semana após a abertura, entre os dias 11 e 15 de maio dos sete municípios, que juntos representam 80,35% (319) mortes até a tarde desta sexta-feira (22). 

Para o diretor-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN), Pablo Lira, o Estado conseguiu aumentar o índice após a abertura do comércio porque tem seguido protocolos de segurança, como a proibição de aglomeração dentro da loja.

“O governo do Estado tem conversado com as federações, iniciativa privada, e está tudo sendo feito com prudência para não reduzir a taxa de isolamento e aumentar o número de casos. O Instituto Jones tem contribuído com estudos no sentido de ajudar a realizar esse retorno com segurança. A população também  está se conscientizando, não é porque o comércio está aberto que ela tem necessidade de sair e colocar outras pessoas em risco”, enfatizou.

O governo do Estado acrescentou, por meio de nota, que o aumento do isolamento foi possível com a contrapartida em diminuir o lazer, com a diminuição de luzes das praças, campos, calçadões e praias e com a fiscalização mais rígida com apoio das forças de segurança do Estado e dos órgãos municipais. 

O presidente da Federação do Comércio do Espírito Santo (Fecomércio), José Lino Sepulcri, comemora o aumento do isolamento social. Acredita, entretanto, que a alternância de dias não é a melhor forma de manter o comércio funcionando, e sim, a mudança de horário, ou seja, o comércio funciona todos os dias em horários alternados por setor.

“Isso pode contribuir mais com o aumento do isolamento social porque a pessoa não precisará sair duas vezes de casa para comprar na segunda-feira em um setor e na terça-feira em outro. Ela poderá resolver todas as suas pendências na rua no mesmo dia”, esclareceu.

MUNICÍPIOS COM ISOLAMENTO ABAIXO DO ESPERADO 

Apesar de os municípios terem aumentado o índice de isolamento social, eles estão abaixo dos 55%, número que representa o patamar mínimo recomendado. Somente Santa Teresa alcançou 56,6%. Para Lira, é possível executar um plano de convivência com a pandemia, para aumentar o isolamento nos municípios dois fatores são importantes: fiscalização e conscientização da população.

“Isso demostra a necessidade de uma mobilização do poder público municipal para intensificar a fiscalização. Em Vila Velha, por exemplo, o índice de isolamento chegou a 43% no dia 30 de abril, por conta disso a prefeitura tornou as regras mais rígidas de circulação de pessoas. Os municípios e a própria população têm papel importante para aumentar o índice de isolamento social”, destacou.

O subsecretário estadual de Vigilância em Saúde, Luiz Carlos Reblin, destacou a importância do isolamento social, em coletiva de imprensa nesta sexta-feira (22). Ele explicou que, atualmente, a transmissão de pessoas doentes está sendo feita para mais de uma pessoa no Estado.

“Por que o distanciamento? Por que o isolamento? A doença só diminui quando a pessoa que estiver doente transmitir para menos de uma pessoa. Mas, neste momento, a transmissão de uma pessoa doente é para mais de uma pessoa. Isso impede a diminuição dos casos entre nós, por isso a necessidade do distanciamento”, concluiu. 

Na semana passada, o governo do Estado incluiu Presidente Kennedy com risco alto de contaminação na Matriz de Risco. Já nesta semana passaram a fazer parte também Alfredo Chaves, Afonso Cláudio, Marataízes e Boa Esperança. Eles passam a seguir as mesmas regras que os demais neste domingo (24).

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