Kiko Pissolato pode ainda não ser um rosto tão conhecido do grande público, mas já passou por muitos palcos de teatro e papéis importantes na TV. Fez participação em Avenida Brasil e depois ganhou um papel fixo em Amor à Vida como Maciel, que formou par com Susana Vieira e caiu no gosto do público. Em 2014 assinou com a Record e esteve em Os Dez Mandamentos. Kiko agora diz ter encontrado o papel de sua vida em O Doutrinador.
A reportagem se sentou com ele na última semana, em São Paulo, para falar sobre o filme.
Você já tinha contato com o material original?
Eu tinha por essas coincidências da vida que não são bem coincidências e sim fatos determinados pelo universo (risos). Eu tinha sido atropelado e tava me recuperando de cirurgia quando um amigo escritor foi me visitar. Ele me disse o personagem é a tua cara e vai virar filme. Você tem que fazer o teste. Eu falei que não ia adiantar, que eles iam chamar um desses famosões, mas aí me ligaram para fazer o teste e eu falei: é meu!
Você tem o receio de o filme ser mal interpretado?
Não tenho essa preocupação, mas tenho plena convicção de que o filme será mal interpretado. Faz parte. As pessoas vão interpretar da maneira que elas quiserem. Mas eu tenho clara noção do que a gente quer com o projeto. A gente quer entreter. A gente fez um filme de ação em que o mais importante é a sensação de liberação catártica que isso vai liberar nas pessoas. Como estamos num momento de carne viva, de ânimos à flor da pele, isso vai acontecer.
A gente está nesse momento há uns anos...
Mas esse é o pior. Talvez a eleição tenha aflorado mais essa polarização, mas a gente não tem que se colocar de lado nenhum com um filme de fantasia.
É seu primeiro trabalho grande no cinema?
É... Eu fiz o Os Dez Mandamentos, mas foi como parte da novela, e fiz muitos filmes independentes.
É legal a gente fazer um filme de gênero, um filme de ação que não se faz tanto no Brasil...
A nossa pretensão é que isso abra oportunidades pra que novos projetos ganhem vida. Temos muitos autores de HQ e quadrinistas que não têm oportunidade de colocar em prática, levar pra tela. Temos o Tungstênio, do Marcelo Quintanilha, que virou filme, o Turma da Mônica Laços, que está virando. O cinema está num momento muito interessante, tomara que não tenhamos uma interrupção dessa produção nos próximos anos.
Você, como herói de um filme de ação, apanha bastante e acabou trabalhando diretamente com o Rodrigo Aragão, que é meu conterrâneo. Como foi essa experiência?
Virei um fã absoluto do trabalho dele. Ele assustou bastante a gente dentro da sua genialidade (risos). Eu não conhecia o trabalho dele e depois fui pesquisar e ver. Já me coloquei à disposição dele para trabalhar num próximo filme. A maneira como ele trabalha com poucos recursos e faz o que ele faz... Ele era mais uma criança no elenco explodindo coisas (risos).
Você fez alguma preparação física para o papel?
Eu sempre fiz. Acho que isso contribuiu pra eu ser escolhido pelo filme. Eu peguei algumas coisas específicas. Lutei a vida toda, mas fui pegar arte marcial russa, militar, sistêmica pro filme. Também aprendi a lidar com armas, porque nunca tinha segurado uma que não fosse cenicamente. O fã de HQ, o fã do Doutrinador esperava essa destreza, essa credibilidade do personagem.
Confira as entrevistas:
Kiki Pissolato e Tainá Medina:
Gustavo Bonafé e Renata Rezende:
Luciano Cunha e Gabriel Wainer:
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