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Regional da Nair completa 10 anos de samba e amizade

Regional da Nair completa 10 anos de samba e amizade

Roda de samba quer incentivar a cultura do Estado

Publicado em 17 de janeiro de 2018 às 23:56

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Primeiro registro da Regional, na casa da Nair. (William Sossai)

Dezenove de janeiro de 2008, em um apartamento no Parque Moscoso, em Vitória. Um grupo de 15 amigos se reúne para jogar conversa fora e “brincar” com a música. Foi assim que surgiu a Regional da Nair, roda de samba mais famosa do Espírito Santo, que completa na sexta-feira (19) dez anos, arrastando multidões também no bloco que sai durante o carnaval.

“A Regional nasceu de amigos que queriam se encontrar. Nunca nem passou pela nossa cabeça lá no início que pudesse tomar essa proporção que tomou nos dias de hoje”, comenta o jornalista Vitor Lopes, um dos fundadores da roda de samba.

O grupo começou quando o próprio Vitor, então com 23 anos, comprou seu primeiro cavaquinho, convidando os amigos para fazer um som diferente da música pop que os outros jovens costumavam escutar nos “rocks” da época. O ponto escolhido para o encontro foi o apartamento de uma das amigas do jornalista, chamada de Nair – daí o nome que a roda passou a carregar. Uma canção de Paulinho da Viola, “Foi um Rio que Passou em Minha Vida”, foi a primeira música tocada pelo grupo.

Roda cresceu e atrai um público cada vez maior. (Andrea Fortunato)

A cada vez que eles se reuniam, fosse na casa da Nair, no bar ou na rua, mais gente se juntava aos amigos do samba. “Um amigo foi chamando o outro, que chamou o outro. É amigo chamando amigo e a roda foi crescendo. A gente sempre teve não a música em primeiro lugar, mas a amizade e o desejo de se ver como prioridades”, destaca o fundador da Regional, que chega a juntar até mais de 5 mil pessoas no Carnaval.

Celebração

Foi para o Carnaval que o grupo deixou para comemorar esse aniversário tão especial. Na data, o bloco da Regional vai se reunir com mais músicos no centro da Capital.

“Vamos deixar para a melhor data possível, que é o carnaval. A gente vem com uma bateria organizada, com o mestre Léo de Paula, que mora na Rússia e é formado em percussão erudita, para alegria e segurança de todo mundo”, comemora o jornalista.

Nesses 10 anos, a Regional já se apresentou mais de 130 vezes – todo o cachê que o grupo recebe é revertido para fazer o bloco gratuito, segundo os membros. Desde 2014, o Regionalzinho da Nair, voltado para as crianças, também sai no carnaval.

Com o sucesso, a Regional acabou virando tema de um trabalho acadêmico que estudava as interações do grupo com o público – antes, os convites eram feitos boca a boca, por e-mail ou no saudoso Orkut.

O grupo que sacode o Centro há uma década agora quer se transformar em um incentivador da cultura na cidade. “É o que queremos para os próximos 10 anos. Pode ser um incentivo financeiro, pode ser a escrita de um projeto para um edital de cultura, ajudar a criar novos blocos, ensinar, tocar junto, ajudar na produção de CDs. Ou seja, incentivar bons projetos pela cidade”, afirma Vitor.

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