Com casa cheia em todas as sessões durante o primeiro fim de semana, o 7º Festival de Música Erudita do Espírito Santo acontece em Vitória até 30 de novembro, com recitais, óperas, cursos e mesas redondas. A programação é gratuita.
Nesta sexta (15), o Palácio Sônia Cabral recebe o Gala Lírica, com o tenor Paulo Mandarino e a mezzo-soprano Ana Lúcia Benedetti. O concerto apresenta árias românticas de consagrados compositores do século XIX, como Verdi, Bellini, Mascagni, Carlos Gomes e Bizet, em um período marcado pela exaltação e expressão dos sentimentos, abordando temas associados à natureza, ao amor e às tragédias amorosas.
De Amores e Versos é a atração de sábado (16), também no Sônia Cabral, com a soprano Maristela Araújo, o tenor Renato Gonçalves, e baixo-barítono Alessandro Santana entre os convidados.
O recital traz músicas eruditas brasileiras que têm o amor como tema, passeando por obras de Villa Lobos, Guilherme Bernstein, Ronaldo Miranda, Villani Côrtes, Homero de Sá Barreto e Carlos Gomes.
TRIO é o destaque de domingo, também no prédio da antiga Assembleia Legislativa do Espírito Santo. O concerto marca o lançamento do CD TRio Trios Brasileiros, que vem recebendo muitos elogios.
O repertório comemora os aniversários dos compositores Ricardo Tacuchian (80 anos) e Nestor de Hollanda Cavalcanti (70). A obra mescla também obras de Mozart e Bruch com brasileiros contemporâneos como Liudino Pitombeira e Vitor Santos. O grupo é formado por Fernando Thebaldi (viola), Cristiano Alves (clarinete) e Yuka Shimizu (piano).
Além dos concertos deste fim de semana, a programação segue com concertos nos dias 21, 22 e 23 de novembro; oficinas de 24 a 29; e apresentação do Quinteto de Sopros Capixaba no dia 29.
Uma das montagens mais aguardadas do 7º Festival de Música Erudita, a ópera O Barbeiro de Sevilha será apresentada no Sônia Cabral de 28 a 30 de novembro, encerrando o evento. Famosa pelo trecho "Fígaro.../ Fígaro", que vêm à mente de muitas pessoas quando se pensa em ópera, a obra de Gioacchino Rossini, uma das mais conhecidas de todos os tempos, estreou em 1816. Com libreto do escritor italiano Cesare Sterbini, o texto é inspirado em uma peça homônima do francês Pierre Beaumarchais.
A trama é cheia de intrigas, interesses e disputas por ascensão social. Fígaro é um barbeiro que faz de tudo em sua cidade: arranja casamentos, ouve confissões e espalha boatos. Esperto, resolve ajudar o Conde Almaviva a conquistar a jovem Rosina, mas o nobre não quer que ela saiba que ele é um nobre. Rosina, por sua vez, é pupila de um velho médico, Dr. Bartolo, que tem planos para se casar com sua protegida, mas ele está de olho mesmo é na fortuna da mocinha.
Ambições desmedidas à parte, o "Divirta-se" conversou com a mezzo-soprano Janette Dornellas que, na ópera, vive a disputada Rosina. A cantora lírica deu detalhes sobre a montagem de O Barbeiro de Sevilha que será apresentada em Vitória.
Será uma versão reduzida da história de Rossini, mas sem perder sua essência. Fizemos algumas adaptações. Os recitativos, que geralmente são cantados, transformamos em diálogos. Além disso, a ópera ganhou uma versão em português, adiantou, dizendo que o objetivo desta versão é aproximar a ópera do público infantojuvenil.
"Quando essa versão foi apresentada pela primeira vez, na década de 1990, atingimos esse ponto, fazendo muito sucesso entre os jovens. Isso é ótimo para a iniciativa de formação de novas plateias".
Apesar das mudanças, Janette adianta que sua Rosina não é muito diferente da anti-heroína pensada por Gioacchino Rossini. É um papel muito bem-definido. Uma moça astuta, inteligente e empoderada, que não se aceita submeter aos caprichos do tutor. É uma mulher acima de seu tempo, complementa.
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