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Deputados reivindicam espaços públicos para a cultura

Deputados reivindicam espaços públicos para a cultura

Parlamentares se mostraram contrários à venda de imóveis federais em Vitória: "É prejudicial à cultura capixaba"

Publicado em 4 de agosto de 2020 às 17:31

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Parlamentares defendem destinação de imóveis públicos para atividades do ramo cultural . (Ellen Campanharo)

A venda de imóveis públicos federais e estaduais localizados na cidade de Vitória já vem sendo anunciada pelo menos desde 2019. O assunto foi tema de pronunciamentos na sessão ordinária virtual da Assembleia Legislativa nesta segunda-feira (3). Os deputados comentaram o processo em curso de venda de imóveis que, segundo eles, deveriam ser destinados para incrementar o setor cultural, um dos grandes prejudicados com a quarentena nesta pandemia.

Pelas informações dos parlamentares, estão sendo encaminhados para a venda o antigo armazém do Instituto Brasileiro do Café (IBC), localizado no bairro Jardim da Penha, o campo do Santa Cruz, localizado no bairro Santa Lúcia, e o Centro Cultural Carmélia Maria de Souza.

DIÁLOGO

Iriny Lopes (PT) comentou a venda desses imóveis. Para ela, “há vários equívocos e erros de natureza jurídica que precisam ser melhor analisados. As obrigações legais para a venda desses imóveis não estão nem previstas e muito menos legalizadas”, ressaltou.

A venda desses imóveis sem a consulta prévia e debate com as comunidades e os setores interessados, de acordo com Iriny, “só faz prejudicar o setor de cultura de nosso estado que não conta com quase nenhum equipamento público. Além do que as comunidades que precisam de espaços para a realização de suas atividades também não foram consultadas”, pontuou.

A deputada entende que a Assembleia não deve ficar distante dessa questão de tamanha importância não apenas para a cidade de Vitória ou a região metropolitana, mas para todo o estado. Ela elogiou a criação de um colegiado na Casa para discutir o tema.

Lorenzo Pazolini discordou de que o Carmélia se transforme num depósito de armazenamento de grãos do Ministério da Agricultura. (Lorenzo Pazolini/Divulgação)

O deputado Lorenzo Pazolini (Republicanos), que preside a recém-instalada Frente Parlamentar para Debater a Alienação dos Imóveis da União no Estado do Espírito Santo, comentou a destinação desses imóveis em Vitória: Campo do Santa Cruz, Centro Cultural Carmélia Maria de Souza e IBC.

Pazolini discordou de que o Carmélia se transforme num depósito de armazenamento de grãos do Ministério da Agricultura. “Essa não é a opção mais adequada, que atenda ao interesse público. No caso do Teatro Carmélia, é uma área que tem uma história no Espírito Santo, que tem relevantes serviços prestados à cultura e à arte no estado e que devem ser valorizados e reconhecidos, principalmente neste momento que as pessoas precisam tanto de bons espetáculos, entretenimento, porque as pessoas estão adoecendo, e esse mercado precisa ser fomentado e não atingido ainda mais”, considerou.

O deputado referiu-se também à área ocupada no bairro Jardim da Penha pelo IBC. “É uma importante área que tem de ser destinada de acordo com o interesse da comunidade. Os moradores do Jardim da Penha precisam ser ouvidos, os moradores de Santa Lúcia precisam ser ouvidos em relação ao campo do Santa Cruz. Não podemos ter imposições de ideias, ausência de debates, algo que vem de cima pra baixo, sem nenhum debate com a cidade”, analisou.

O assunto também foi tema da fala do deputado Torino Marques (PSL), que destacou o Centro Carmélia e as várias décadas de sua existência, além de a construção abrigar também a TV Educativa (TVE).

Plentário Virtual da Assembleia Legislativa do Espírito Santo. (Ellen Campanharo)

O presidente da Comissão de Cultura e Comunicação Social expressou sua indignação com a situação do antigo centro cultural. “Na semana passada, um assunto mexeu com a comunidade da cultura capixaba: a desativação do Centro Cultural Carmélia Maria de Souza do local que está desde o começo de 1986. O espaço está abandonado e muito sujo. A estrutura do prédio exibe rachaduras, infiltrações, numa falta de cuidado total das autoridades”, descreveu Torino.

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(Com informações da Assembleia  Legislativa do Espírito Santo)

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