Considerado um dos grandes nomes de sua geração, o cineasta italiano Franco Zeffirelli, 96, morreu neste sábado (15), em Roma, informou a imprensa local citando fontes da família. Zeffirelli morreu em casa, em decorrência de uma longa doença que se agravou nos últimos meses.
O diretor fazia parte de uma consagrada safra de cineastas italianos surgida após a Segunda Guerra Mundial e incluía nomes como Federico Fellini, Luchino Visconti e Vittorio de Sica.
"Franco Zeffirelli, um dos maiores homens da cultura no mundo, morreu esta manhã", postou no Twitter Dario Nardella, prefeito de Florença, sua cidade natal.
Nascido em 1923, Zeffirelli dirigiu mais de 20 filmes. Em 1967, seu longa "A Megera Domada", estrelado por Elizabeth Taylor e Richard Burton, alcançou fama mundial e foi indicado ao Oscar nas categorias de melhor figurino e direção de arte.
No ano seguinte veio a consagração com o romântico "Romeu e Julieta" (1968), sucesso de crítica e de público, considerado por muitos a versão definitiva da história de Shakespeare.
O longa, protagonizado por Leonard Whiting e Olivia Hussey, foi indicado ao Oscar nas categorias de melhor filme, direção, fotografia e figurino --venceu nas duas últimas.
Quase três décadas depois, o diretor voltou a adaptar uma obra de Shakespeare ao filmar "Hamlet" (1992), que teve Mel Gibson e Glenn Close no elenco principal.
Zeffirelli também era conhecido por seu trabalho nos palcos, principalmente na direção de óperas --comandou mais de 30, incluindo obras como "Cavalleria Rusticana", de Pietro Mascagni, também filmada por ele para o cinema.
Em 1996 Zeffirelli revelou que era homossexual. E em sua autobiografia, publicada em 2006, que se relacionou com o diretor Luchino Visconti e que foi apaixonado por Maria Callas.
Seu último longa-metragem para cinema foi inclusive uma homenagem a cantora de ópera, "Callas Forever" (2002), estrelado por Fanny Ardant, Jeremy Irons e Joan Plowright.
Em 2018, quando tinha 94 anos, o diretor foi acusado de abuso sexual pelo ator Jonathan Schaech, então com 48 anos. De acordo com o ator, ele foi molestado em 1993, durante a gravação de um filme.
Na ocasião, Pippo, filho do diretor, saiu em sua defesa, chamando a acusação de falsa.
Zeffirelli também teve seu lado político. O diretor chegou a ser senador pelo partido de Silvio Berlusconi entre 1994 e 2001.
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