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Capixaba Paulo Roberto Sodré lança 'Uma Leitura na Chuva'

Capixaba Paulo Roberto Sodré lança "Uma Leitura na Chuva"

Conhecido por seus trabalhos na poesia, escritor volta a se aventurar pela prosa

Publicado em 4 de setembro de 2018 às 23:21

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“Poeta meter-se com romance é declaração evidente de imprudência: todos sabemos”, afirma Paulo Roberto Sodré no prefácio de “Uma Leitura na Chuva”, narrativa lançada nesta quarta-feira (5), na Biblioteca Pública Estadual, em Vitória.

Apesar da modéstia inscrita no texto preliminar de apresentação do livro, é possível dizer que Sodré foi, sim, bastante prudente ao construir narrativas dentro de uma narrativa maior. 

No livro, escrito em terceira pessoa, o autor apresenta três partes e diversos capítulos de microrromances ensaiados por Eduardo, personagem pinçado de “Lhecídio”, romance-poema lançado por Sodré em 1989.

A publicação traz como ponto de partida um reencontro entre Eduardo, agora hospitalizado após um acidente, e Alessandro, um advogado que sai de Vitória para ir a Cachoeiro visitar o amigo escritor acidentado.

“Quando escrevi ‘Lhecídio’, eu era um escritor de 20 e poucos anos. Hoje, estou com 56. Quis me enveredar pela narrativa e ao mesmo tempo fazer uma espécie de correção do trabalho que fiz há duas décadas”, explica Paulo, também professor doutor de Literatura Portuguesa da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes).

Apesar da revisitação ao personagem de Eduardo, Paulo garante que a figura agora é outra, muito mais amadurecida, apenas com mesmo nome e situações em comum. Nesta empreitada, formada também por uma relação homoafetiva, o escritor expõe duas crises: a de Eduardo diante do aproveitamento de seu trabalho artístico com a escrita e a representação do mundo ao seu redor, e do leitor Alessandro diante das representações ficcionais de um texto artístico.

De cara, Sodré prefere deixar de lado o termo “romance” por dispensar a definição de textos literários a partir de rótulos de gêneros. Para ele, estes estão “demasiadamente híbridos e destituídos de fronteiras”, o que julga ser extremamente positivo.

Em sua narrativa, portanto, Paulo desafia-se a sair da concisão típica do poeta para trabalhar mais a situação dos personagens. Mais do que isso, cumpre o que promete, sem ser exaustivo e envolvendo o leitor.

“Tentei ser econômico para não exagerar no detalhamento. Registrei o que achei necessário para expor as situações vividas pelos protagonistas sem tornar isso banal ou desnecessário”, conclui.

Uma Leitura na Chuva. 

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Paulo Roberto Sodré. Editora Cândida, 140 páginas. Quanto: R$ 20. Lançamento nesta quarta (5), às 19h, na Biblioteca Pública Estadual. Av. João Batista Parra, 165, Enseada do Suá. (27) 3137-9351.

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