André Massa traz pela primeira vez ao Espírito Santo seu "Comediologia", espetáculo de comédia que se apoia basicamente no improviso para ter graça. A apresentação, que é única no próximo sábado (16), às 20h, no Teatro Sesi, em Vitória, também interage diretamente com o público e promove um debate ácido, mas ponderado sobre temas até bastante delicados, como política, homofobia e feminicídio.
"A expectativa é das melhores possíveis. Desde a produção, que teve acolhimento bacana, e por Vitória ser uma cidade importante estou bem empolgado", fala, em entrevista à A GAZETA.
Durante o bate-papo, o ator confidencia que as peculiaridades capixabas também podem entrar em cena: "Como ator, eu tento entender o máximo da região em que me apresento para inserir isso no espetáculo. Cada show é uma atmosfera diferente, que fica provocativa para determinadas situações tanto para quem assiste quanto para mim".
De acordo com André, é justamente esse um dos grandes diferenciais da apresentação, que também mescla dança, música e um toque de stand up comedy para sustentar as gargalhadas da platéia. "É tudo muito dinâmico. É muito ágil... Tem muita coisa legal inserida no show. Música, dança, comédia física, stand up, improviso, quadros em que o público participa... Tudo muito dinâmico mesmo", continua.
Os textos dos espetáculos, que são escritos pelo próprio André, também acabam refletindo muito dessa relação que é estabelecida durante o ato. Ele também imita celebridades, situações do cotidiano e falas referentes a gênero e preconceito - tocando até em homofobia e feminicídio - que fazem os fãs se identificarem e rirem da situação. Alguns exemplos são a Aracy da Top Therm, Luan Santana, Maria Bethânia, Netinho de Paula, Tim Maia, Pabllo Vittar, Alcione, entre vários outros.
Para escolher esses personagens, o ator considera artistas de seu gosto, aqueles que não estão em sua playlist e os que têm grande apelo popular, dos quais as pessoas falam e que até viraram memes na internet. Ainda nesse universo musical, o humorista apresenta o esquete Gospelzão 2000, no qual transforma as letras de funk em música gospel.
Mas tudo isso com uma medida (enorme!) de consciência: "O grande lance é respeitar o outro. O outro se vê no meu texto, na piada... Porque eu falo mesmo de feminismo, feminicídio, homofobia, política... Mas tudo de forma palatável, porque são assuntos delicados e sempre tem uma mensagem no final. Antes, durante e depois do espetáculo há sempre uma mensagem, um texto".
E mesmo apostando nesse tipo de temática, o artista jura de pé junto que a platéia embarca na proposta que ele oferece. "Nunca tive em uma saia justa. Acho que os temas são extremamente polêmicos, mas são palatáveis da forma como são contados. E a gente não pode querer deixar tudo polarizado. Ali a gente tem que estar junto, tem que ver, analisar e ponderar todos os lados. O fato de ser polêmico, de trazer questionamento mas de forma suave é que faz a diferença", finaliza.
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