Não foi somente no Espírito Santo que os assassinatos cometidos durante roubos tiveram um crescimento assustador em 2016: em todo o país, esse crime registrou aumento em outros 18 Estados, segundo dados do 11º Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O número de latrocínios em território nacional subiu 57,8% de 2010 para o ano passado. Os 2,5 mil casos de 2016 significam uma média de sete ocorrências por dia.
Quem atravessou os últimos dois anos de recessão econômica, desemprego e redução da renda sabe por experiência que o aprofundamento dos abismos sociais no país é a explicação evidente e plausível para essa piora. Assim, o medo da violência somou-se aos temores associados à crise, também político-institucional. A instabilidade marcou presença, e a sensação de insegurança avançou no mesmo ritmo em que cresceram os espaços para a vulnerabilidade ao crime.
E é muito simples de compreender a presença constante do medo, por ser o latrocínio o crime que mais apavora o cidadão, de qualquer classe social. Independe de situações de risco, mesmo sendo um crime de oportunidade. Basta estar no lugar errado, na hora errada, para se tornar a próxima vítima.
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Por isso, a redução da criminalidade é parte indissociável da recuperação do país, em todos os aspectos. O caminho rumo à justiça social passa pela redução de desigualdades que somente uma economia robusta, em um Estado que corte gastos supérfluos e priorize investimentos indispensáveis, pode manter com solidez. Ações estratégicas como patrulhamento ostensivo e blitze são uma necessidade por sua capacidade de inibir os criminosos. Mas o fundamental, que não pode ser mera utopia, é fazê-los desistir do crime, em um país com mais oportunidades.
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