Afastamento de agentes da Força Nacional é medida acertada

Comando da tropa investiga se três militares estão envolvidos em agressão em boate de Vitória, que terminou com vítima inconsciente levada à emergência de hospital

Publicado em 22/10/2019 às 12h40
Força Nacional faz patrulhamento no Centro de Vitória em decorrência da greve da PM. Crédito: Fernando Madeira - 08/02/2017
Força Nacional faz patrulhamento no Centro de Vitória em decorrência da greve da PM. Crédito: Fernando Madeira - 08/02/2017

Três soldados da Força Nacional estão fora das ruas até que se apure o suposto envolvimento dos militares em uma agressão a um homem, em uma festa em Vitória, na madrugada de domingo (21). O correto afastamento é resultado do chamado processo célere administrativo, que a sociedade espera que realmente faça jus ao nome, com uma rápida conclusão da investigação. A promessa é de sete dias.

Mesmo que não seja uma unanimidade, a Força Nacional conta com expressivo apoio da população no enfrentamento à violência em Cariacica. Por isso, qualquer sombra de dúvida sobre a postura da tropa é danosa e contraproducente, especialmente em uma situação tão delicada, que culminou com uma vítima sendo levada inconsciente à emergência de um hospital, com lesões na cabeça. Silêncio e morosidade não se encaixam nesse cenário.

Ciente disso, a comandante da Força Nacional, major Naíma Huk Amarante, mostrou-se empenhada em elucidar o caso e, se for constatada a falha dos militares, prosseguir com as penas previstas. “Nunca esperamos que isso aconteça com nenhum tipo de agente da segurança”, comentou, um dia após a agressão. “Somos muito eficientes na questão disciplinar e não admitimos abusos.”

O que está em jogo não é uma inversão de valores, com a demonização de agentes da lei. É, ao contrário, a própria exaltação da justiça. A retirada dos militares das operações não se trata de uma punição antecipada, à revelia dos fatos. O que se cobra é nada menos que uma investigação diligente, imune a corporativismos.

Afastá-los das ruas até que se chegue à verdade é zelar pela transparência e pelo equilíbrio do processo administrativo, sacramentado em um código de conduta. Acima de tudo, a medida é crucial por evitar possíveis riscos em uma rotina em que não há margem para suspeição, em que qualquer deslize pode ser fatal.

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