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Vila Velha é a campeã em reclamações de celular

Vila Velha é a campeã em reclamações de celular

Mais de 23 mil queixas foram feitas por consumidores no Estado

Publicado em 16 de fevereiro de 2018 às 02:39

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Pelo menos 63 reclamações relacionadas à telefonia móvel foram registradas por dia, em média, no Espírito Santo no ano passado,. (Pixabay)

 

Pelo menos 63 reclamações relacionadas à telefonia móvel foram registradas por dia, em média, no Espírito Santo no ano passado, segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). Ao longo de 2017, os consumidores capixabas apresentaram 23.291 denúncias quanto a cobranças, qualidade do serviço e ofertas, sendo 16.707 apenas na Grande Vitória.

Vila Velha é o município que mais sofre com a má prestação desses serviços, liderando o ranking de reclamações com 5.268 queixas no ano passado.

As principais denúncias dos cidadãos canela-verde são relacionadas a cobranças (2.011 reclamações), ofertas e promoções (732), crédito para celulares pré-pagos (607) e qualidade e funcionamento (433).

Se considerarmos apenas os problemas técnicos, que têm haver com a localização geográfica, Vila Velha ainda é a campeã de queixas. Problemas como falta de conexão de dados, linha muda ou sem sinal, dificuldade de realizar ou receber chamadas e lentidão de conexão são os mais recorrentes.

O especialista em telecomunicações Renan Barcelos, diretor e pesquisador do Instituto Internacional de Tecnologia e Informação Científica (IITIC), explica que a região possui um maior número de sombras de sinal, o que seria a razão das queixas de funcionamento.

“Esses problemas são um dos maiores desafios do setor de telecomunicações no Brasil. Se pensa que o problema de cobertura é apenas no interior, mas até nos grandes centros, como Vila Velha e Vitória, temos muitas áreas de sombra e bairros com sinal ruim pela geolocalização. Como as operadoras se concentram em regiões nobres, onde é mais lucrativo, algumas áreas possuem sinal de péssima qualidade”, afirma.

Em todo o Estado, foram quase duas mil reclamações relacionadas a problemas técnicos e de funcionamento, sendo 1.408 apenas na Grande Vitória, sendo 433 em Vila Velha.

O professor de telecomunicações Arnaldo Paterline pondera que esses problemas de funcionamento sempre vão existir, porque além das operadoras, dependem da localização e da tecnologia utilizada.

“Às vezes, na vizinhança de uma antena você tem vários prédios altos ou morros que impedem ou enfraquecem o sinal. Essas sombras, como chamamos, é algo comum dado a limitação dessa tecnologia e que sempre vai existir, mas que dá para melhorar é inegável”, ressalta.

Segundo o banco de dados de reclamações da Anatel, Vitória aparece em segundo no ranking, com 4.694 reclamações. Já a Serra, que é o município mais populoso do Estado, teve 3.564 queixas.

Além das denúncias feitas diretamente à agência reguladora, outras 2.334 foram protocoladas no Procon Estadual em 2017, cerca de 90% por falta de fornecimento do que foi contratado, como pacote de dados e ligações, e 10% por problemas na qualidade do serviço.

O gerente de atendimento do Procon-ES, André Marques, explica que apesar da deficiência de sinal ser um dos maiores problemas, poucas pessoas de fato reclamam sobre isso.

“Isso acaba se tornando natural. Você sabe que ali não tem sinal e acaba não reclamando. Já quando é algo que lida com o bolso, como uma cobrança, você quase sempre procura o Procon, a agência, ou a própria operadora, por isso a disparidade”, destaca.

REDUÇÃO

De 2016 para 2017, houve uma redução no número de reclamações contra as operadoras de celular. Entre as queixas feitas à Anatel no Estado, a queda foi de 21%, indo de 29.751 em 2016 para 23.291 no ano passado. Entre as denúncias que chegam ao Procon Estadual também houve uma redução de 27% em 2017, na comparação com o ano anterior.

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Apesar da redução, Marques ressalta que os números ainda são alarmantes. Segundo ele, esse fenômeno é fruto de uma maior consciência do consumidor. “Hoje, o consumidor está mais consciente: antes de ir ao Procon ou à agência, ele tenta resolver com a própria operadora. Aliás, as empresas têm evoluído para garantir serviços melhores, até por algumas obrigações que foram impostas recentemente”, explica.

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