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Trump recua e mercados se recuperam após tombo argentino

Trump recua e mercados se recuperam após tombo argentino

Para não prejudicar as compras de Natal dos americanos, Trump decidiu adiar as novas tarifas de 10% sobre os eletrônicos chineses até 15 de dezembro

Publicado em 23 de agosto de 2019 às 08:56

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Donald Trump, presidente dos Estados Unidos. (Reprodução | Instagram | Arquivo)

O mercado financeiro iniciou sua recuperação nesta terça-feira (13) após o tombo argentino. Um sinal de trégua na guerra comercial entre China e Estados Unidos levou o Ibovespa de volta ao patamar de 103.299 mil pontos e o dólar recuou para R$ 3,9700.

Depois de derreter 37% na segunda (12) com a larga vitória da chapa kirchnerista nas primárias argentinas, a Bolsa de Buenos Aires subiu 10,76%. O peso, no entanto, continuou a se desvalorizar em relação ao dólar. A moeda americana subiu 5% e atingiu uma nova máxima, de 55,65 pesos argentinos por dólar.

A leitura do mercado é que a provável vitória da chapa oposicionista formanda por Alberto Fernández e pela ex-presidente Cristina Kirchner e uma eventual piora na economia da Argentina tenham impacto limitado no Brasil.

O país é o terceiro maior parceiro comercial do Brasil e importa automóveis e peças automobilísticas brasileiros. Tais exportações podem reduzir não apenas por uma piora do mercado argentino, mas com o protecionismo kirchnerita.

Mas, segundo a XP Investimentos, tal queda não deve afetar tanto a economia brasileira.

"Nossos cálculos preliminares sugerem que se o investimento em capital fixo argentino cair 10% numa base anual, o PIB brasileiro tende a se retrair em 0,06 pontos percentuais (com margem de 0,03 p.p.) nessa mesma base de comparação. Se a experiência argentina de 2014 se repetisse, o PIB brasileiro poderia reduzir em 0,16 pontos (com margem de 0,10 p.p.) em 12 meses", diz relatório da XP.

Além de minimizar a crise argentina, o mercado se animou com uma trégua na guerra comercial. Para não prejudicar as compras de Natal dos americanos, Trump decidiu adiar as novas tarifas de 10% sobre os eletrônicos chineses até 15 de dezembro.

No entanto, novas tarifas que entrarão em vigor a partir de 1º de setembro sobre US$ 300 bilhões (R$ 1, 1 trilhão) de importações chinesas continuam valendo.

O adiamento diz respeito a telefones celulares, notebooks, monitores de computador, consoles de videogame e alguns brinquedos, calçados e roupas, afirmou o representante comercial dos Estados Unidos via comunicado.

Foi divulgado nesta terça a inflação americana de julho, que veio em linha com as expectativas –expansão de 0,3% em relação a junho. O dado, fruto do aumento do gás, moradia e saúde, não altera a previsão do mercado de um corte de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros americana em setembro.

Com um cenário mais ameno, as Bolsas americanas fecharam em alta. Dow Jones e S&P 500 subiram 1,50% cada e Nasdaq 1,95%.

Também contribuiu para o viés positivo a valorização do yuan. O dólar recuou 0,21% frente à moeda chinesa nesta terça, para 7,0435 yuans por dólar, menor patamar em uma semana.

A Bolsa brasileira acompanhou a melhora americana e argentina e subiu 1,36%, a 103.299 pontos. O giro financeiro foi de R$ 18,244 bilhões, acima da média diária para o ano.

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Já a Bolsa de Hong Kong teve mais uma sessão de queda, com recuo de 2,10%, e foi para o menor patamar desde 3 de janeiro. Os protestos contra o governo chinês se intensificaram nos últimos dias, com manifestantes ocupando o aeroporto de Hong Kong.

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