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'Rombo na previdência do servidor é mais sério no curto prazo', diz Rolim

"Rombo na previdência do servidor é mais sério no curto prazo", diz Rolim

Com o envelhecimento da população, haverá um número cada vez maior de aposentados para cada trabalhar em atividade

Publicado em 23 de janeiro de 2019 às 11:55

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(Pixabay)

O déficit na previdência dos servidores públicos é, no curto prazo, um problema "muito mais sério", afirma o secretário de Previdência do Ministério da Economia, Leonardo Rolim. Segundo ele, mais da metade da despesa do regime próprio da União é déficit, ou seja, drena recursos que poderiam financiar outras políticas públicas.

Sobre os militares, o secretário diz que não há "país sério que trate militar igual a servidores (civis) ou demais membros da população", mas reconhece que as despesas aumentaram e que é preciso fazer ajustes. Ainda segundo Rolim, as medidas de combate a fraudes anunciadas na semana passada devem ajudar a atenuar o déficit da Previdência, mas não resolvem o problema. Com o envelhecimento da população, haverá um número cada vez maior de aposentados para cada trabalhar em atividade. "É óbvio que a conta não fecha", afirma. A seguir, os principais trechos da entrevista.

A MP antifraude é um bom começo para retomar a discussão da reforma?

Em primeiro lugar a gente tem de fazer o dever de casa, e esse dever de casa começou a ser feito com a MP do pente-fino, mas tinha muito mais coisa para ser feita, e agora a gente fez essa medida provisória mais ampla, que engloba muito mais coisa que o pente-fino, para reduzir ao máximo os gastos com a Previdência. A gente acredita que vai ter um ganho fiscal muito grande, que vai permitir que outras políticas que hoje estão sendo prejudicadas pelo aumento da despesa com Previdência possam ter volume maior de recursos, e com isso diminuir o déficit da Previdência. Mas nem de longe vai resolver o problema. Temos um problema demográfico pela frente, um desafio gigante. A gente está vivendo mais, que bom. As mulheres estão tendo muito menos filhos do que tinham no passado, isso é inquestionável. O número de idosos vai crescer muito nas próximas décadas, e o número de pessoas em idade ativa vai diminuir. Esse desafio não vai ser resolvido simplesmente com combate à fraude.

O que se pode esperar da reforma da Previdência?

Sobre a reforma, não tenho como falar nada porque governo ainda não definiu, depende do presidente. Não tenho como adiantar nada. O que posso falar é o diagnóstico. A conta não fecha, a gente tem um déficit inquestionável, tanto da Previdência quanto da Seguridade Social. O déficit da Previdência do servidor público, em valores absolutos e olhando só para a União, embora seja bem menor do que o do regime geral, em valores proporcionais é muito maior. É um problema, pelo menos no curto prazo, muito sério.

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