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Ritmo de criação de vagas é lento, mas empresários estão otimistas

Ritmo de criação de vagas é lento, mas empresários estão otimistas

Avaliação é que crise e indecisão política seguraram o número de contratações

Publicado em 8 de novembro de 2018 às 02:43

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Carteira de Trabalho: sindicatos vão discutir se pontos da reforma trabalhista valem ou não. (públicas/arquivo)

 

O número de postos de trabalho não cresceu no ritmo esperado com a vigência da reforma trabalhista, porém os empresários continuam confiantes. Na avaliação deles, em 2018, os setores econômicos ainda estão sob o impacto da crise dos últimos anos e esperavam o cenário político presidencial se definir, por isso, frearam investimentos.

“Estamos esperançosos que o comércio venha a retomar o número de contratações em 2019, que é o ano da esperança. A gente projetava uma meta maior de empregos, mas os altos e baixos da economia não fizeram com que ela se concretizasse, porém 2018 foi melhor do que os anos anteriores”, diz o vice-presidente da Federação do Comércio (Fecomércio), João Elvécio Faé.

Já para o gerente jurídico do Sistema Findes, Samir Furtado Nemer, apesar da lei já ter apresentado efeito na indústria, ainda há um caminho grande a se percorrer para que o número de postos de trabalho aumente exponencialmente.

“A reforma modernizou a relação de trabalho em vários aspectos, como por exemplo a negociação entre as partes ser soberana. A nova legislação está sendo incorporada a prática das empresas de modo gradual e os efeitos maiores virão com o tempo”, pontua.

EXPECTATIVA

No final do ano passado, antes da reforma entrar em vigor, o governo afirmava que ela iria criar empregos e reduzir a informalidade. Já os sindicatos, diziam que iria aumentar a precariedade do mercado de trabalho, aponta Hélio Zylberstanj, professor de economia da USP.

“Porém, olhando esse ano que passou, podemos dizer que os dois lados estavam errados. A reforma não criou empregos ou diminuiu a informalidade. Muito menos, criou a ‘lei da selva’.

O governo teve que fazer o discurso da criação de empregos, mas a gente sabe que para gerar novos postos é preciso fazer investimentos.”

O economista Rudisom Rodrigues de Paula lembra que o fato de estar mais fácil contratar e demitir não garante uma criação maciça de empregos, mas sim o real crescimento econômico do país.

FRUSTOU

Para Clemilde Cortes Pereira, secretária de Administração e Finanças da Central Única dos Trabalhadores (CUT), a reforma não foi feita para gerar empregos, mas sim para facilitar a vida dos empresários. “A jornada intermitente não deslanchou. As ações trabalhistas diminuíram pelo medo dos trabalhadores de terem que pagar o processo. Os empregos não vieram. Quem acreditava que haveria mais empregos, se frustrou”.

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Além disso, de acordo com Clemilde, do ponto de vista da CUT, são as negociações entre sindicatos de trabalhadores com os patronais que estão conseguindo manter os benefícios conquistados antes da reforma.

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