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Rio pede ajuda a Bolsonaro e diz que pode ir à Justiça para suspender dívida

Rio pede ajuda a Bolsonaro e diz que pode ir à Justiça para suspender dívida

Cláudio Castro foi ao Planalto nesta quarta pedir ajuda ao presidente na aprovação da prorrogação do regime de recuperação fiscal

Publicado em 28 de outubro de 2020 às 16:04

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O vice-governador do RJ, Cláudio Castro
O vice-governador do RJ, Cláudio Castro, se reuniu com Bolsonaro nesta quarta. (Zô Guimarães/Folhapress)

O governador em exercício do Rio de Janeiro, Cláudio Castro (PSC), foi ao Palácio do Planalto nesta quarta-feira (28) pedir ajuda ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) na aprovação da prorrogação do regime de recuperação fiscal.

Caso não encontre uma solução, Castro disse ter informado a Bolsonaro que irá recorrer à Justiça para suspender o pagamento da dívida do estado com a União.

"Falamos da dificuldade deste regime que está hoje. Apesar dele ter ajudado muito o Rio, sua próxima etapa é uma fase a qual o Rio ainda não está preparado para seguir", disse Castro após o encontro com Bolsonaro, referindo-se a uma prorrogação do regime até 2023.

O regime de recuperação fiscal foi assinado em 2017, durante o governo Michel Temer (MDB), e previu medidas para que o governo economizasse bilhões e ainda suspendeu o pagamento da dívida do estado com a União.

Em setembro, Castro entregou ao ministro Paulo Guedes (Economia) um pedido de prorrogação do regime. À época, o governador disse que enquanto durasse a análise do pedido, de quatro a seis meses, as regras do acordo permaneceriam em vigor.

O governador em exercício disse ter pedido a Bolsonaro empenho do governo na aprovação de um projeto que está na Câmara que amplia para 10 anos o prazo do regime de recuperação fiscal.

"O Rio realmente não sobrevive sem o auxílio do governo federal", disse o governador nesta quarta.

Ele afirmou que a aprovação do projeto é a pauta prioritária, mas reconheceu que a tramitação não é fácil e que, por isso, precisa de empenho do governo federal.

"A gente sabe que isso tem muita briga, muita negociação, mas os estados precisam disso urgente. Os estados precisam disso fechado até o fim do ano. A gente sabe a força que o governo federal tem, que a União tem quando entra para aprovar um projeto."

Caso a aprovação não ocorra, ele afirmou ter dito a Bolsonaro que iria à Justiça.

"Uma outra possibilidade, sempre, é a questão da judicialização, para que a gente entre, como estão outros estados hoje, na questão da suspensão do pagamento das dívidas. Vários estados hoje estão suspensos pelo STF", disse o governador em exercício.

"Eu deixei claro que esta é uma opção do Rio. Se a gente chegar à conclusão que o melhor não seria este regime ou que a STN [Secretaria do Tesouro Nacional] nem este vai deixar renovar, que a judicialização é um caminho do Rio. E ele compreendeu, disse 'olha, defenda o seu estado, é assim mesmo que funciona'", afirmou Castro.

Nenhum representante do governo federal se manifestou sobre a reunião. Segundo o governador em exercício, Bolsonaro afirmou que "vai ajudar".

VACINA CONTRA COVID-19

Cláudio Castro afirmou também ter discutido com Bolsonaro sobre a vacina contra Covid-19. Segundo o governador em exercício, a posição do estado é a favor de qualquer imunizante que seja aprovado pela Anvisa.

Ele disse que, mesmo sem saber quando a vacina chegará, o governo está se preparando para comprar o quanto antes insumos como agulhas e seringas, para que não haja falta de material quando a imunização for possível.

"Solicitei que toda essa questão de compra fosse feita 100% por licitação. Eu não quero compras emergenciais. Eu falei 'o Rio não vai passar de novo o que passou'. A gente sabe que a questão do respirador o Brasil inteiro sofreu. A gente está tentando que isso não aconteça agora com os insumos da vacina", afirmou.

Castro assumiu o lugar de Wilson Witzel (PSC) no governo do Rio, afastado em meio a suspeitas e irregularidades na contratação de hospitais de campanha, respiradores e medicamentos para o enfrentamento da pandemia de Covid-19.

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