O novo Plano de Negócios da Petrobras (2019-2023) deve contemplar a contratação de construção de plataformas próprias, inclusive no Espírito Santo, além de empresas e tecnologia capixabas, o que pode movimentar ainda mais a cadeia produtiva do setor de petróleo e gás nos próximos anos, composta por cerca de 340 empresas.
O plano só será lançado em dezembro, mas a informação de que a estatal pretende retomar esses investimentos foi ventilada durante o evento Rio Oil & Gas, no Rio de Janeiro, na última semana. E o Espírito Santo é apontado como um dos Estados favoritos para construir as plataformas porque mantém uma estrutura de prestação de serviços competitiva nessa área, além do estaleiro Jurong, em Aracruz.
O conjunto de medidas tomadas nos últimos dois anos pela Petrobras vai ter um reflexo muito positivo para o Estado, que tem empresas no setor com capacidade para competir no mundo inteiro, analisa o secretário de Estado de Desenvolvimento, José Eduardo Faria de Azevedo.
PLATAFORMAS
Devido à crise que a empresa enfrentou nos últimos anos e ao cenário econômico nacional, alguns investimentos foram postergados, entre eles o de construção de plataformas offshore (afastado da costa). A solução encontrada pela Petrobras foi arrendar plataformas com grandes companhias da área de exploração.
No Estado, a Petrobras anunciou alguns projetos que foram adiados, entre eles está a construção de duas plataformas, ambas do tipo FPSO (sigla para unidade que produz, armazena e transfere petróleo).
Uma delas é a plataforma P-68, que será construída pelo Estaleiro Jurong (EJA), em Aracruz, no Norte do Estado. A princípio, as obras teriam início neste ano, mas no balanço do primeiro trimestre, o diretor de Desenvolvimento da Produção e Tecnologia da Petrobras, Hugo Repsold, disse que a produção poderia iniciar apenas no início de 2019.
Outra plataforma offshore que a Jurong faria junto a Petrobras, e pode vir a ser contemplada neste novo plano da empresa, é a P-71. A construção dela foi iniciada na China pelo estaleiro CIMC Raffles, mas sua montagem seria finalizada no Espírito Santo. A previsão era de que a plataforma chegasse ao Estado no início de 2019.
INVESTIMENTOS
O coordenador do Fórum Capixaba de Petróleo e Gás, Durval Vieira de Freitas, está otimista com o cenário que vem se desenhando para o setor.
A cadeia de petróleo e gás é muito extensa. Novos investimentos trazem um impulso para setores, como o metalmecânico, de serviços de instrumentação e instalação elétrica, entre outros, destaca.
Além desses tradicionais setores, a Petrobras apresentou na Mec Show 2018, no Estado, novas demandas por produtos e serviços a serem desenvolvidos por empresas capixabas interessadas em atender a estatal, como sistemas de identificação para aprimoramento de equipamentos de movimentação de cargas, de retirada de água acumulada nos equipamentos de resfriamento das plantas de gás e um robô de uso submarino (chamado Roving Bat), a ser operado de forma remota para substituir um mergulhador nos trabalhos de inspeção e limpeza de unidades flutuantes de produção de petróleo.
Ambas as FPSO, depois de montadas no Estado, serão instaladas na Bacia de Santos. No entanto, seu processo de montagem deve gerar e manter empregos no Estado.
Procurados pela reportagem, a Petrobras e o Estaleiro Jurong disseram que não comentariam o assunto.
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