O Espírito Santo apresentou um crescimento na produção industrial no mês de julho deste ano, com alta de 5,8% em comparação ao mês anterior. No entanto, no acumulado do ano, teve a segunda maior queda do Brasil (-3,7%). Os dados foram divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O crescimento veio depois de um mês de queda, em junho, causada, principalmente, pela greve dos caminhoneiros, que impactou produções, serviços e vendas em todo o país. Consequentemente, de acordo com o Instituto de Desenvolvimento Educacional e Industrial do Estado (Ideies), o setor que apresentou melhor desempenho nesta variação mensal foi o de alimentos, com aumento de 10,5%.
No cenário nacional, as quedas mais acentuadas foram observadas em Goiás (-2,1%), Paraná (-1,3%), São Paulo (-1,1%), Minas Gerais (-1,0%) e Mato Grosso (-0,9%). Rio de Janeiro (-0,3%), Ceará (-0,2%) e Pernambuco (-0,2%) também assinalaram índices negativos.
Já as maiores altas foram verificadas, além do Espírito Santo, no Rio Grande do Sul (4,6%), Pará (2,7%), Amazonas (2,5%), Santa Catarina (1,9%), Bahia (1,0%) e na Região Nordeste (0,5%).
ACUMULADO
A queda registrada pela indústria capixaba no acumulado do ano representa, segundo o economista Orlando Caliman, a oscilação natural do mercado internacional, que rege fortemente os segmentos industriais do Espírito Santo. O setor industrial do Estado é concentrado em petróleo, minério, aço e celulose. Essas atividades são muito ligadas ao mercado internacional. Por causa disso, a indústria capixaba sempre vai ter grandes oscilações entre queda e crescimento, explicou.
Nesta base de comparação, o setor de metalurgia registrou leve aumento de 0,7%. Os demais setores registraram comportamento negativo, com recuo de 18,7% em minerais não-metálicos, devido à queda na produção de cimentos Portland, granito talhado e serrado.
Já no país, houve alta em 11 dos 15 locais pesquisados, com destaque para o avanço de dois dígitos no Amazonas (14,1%). Por outro lado, além do Espírito Santo, Goiás (-3,8%) teve o recuo mais elevado no índice desse período.
No acumulado dos últimos 12 meses, a indústria capixaba teve a maior queda registrada no país, com saldo negativo de 2,3%.
LENTIDÃO
Com o desemprego ainda elevado e confiança dos empresários ainda baixa diante das incertezas em relação às eleições, a economia brasileira tem mostrado um ritmo de recuperação mais lento que o esperado.
No segundo trimestre, a indústria registrou contração de 0,6%, contribuindo para que o Produto Interno Bruto (PIB) do país registrasse crescimento de apenas 0,2% sobre os três meses anteriores.
Após divulgação de alta de apenas 0,2% no PIB no segundo trimestre, analistas do mercado passaram a projetar um crescimento mais próximo a 1% em 2018. Segundo a última pesquisa Focus do Banco Central, a expectativa do mercado é que a economia cresça 1,40% em 2018, metade do que era esperado alguns meses antes.
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