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Fugindo da alta do frete, empresas acabam com estoque de caminhões no ES

Fugindo da alta do frete, empresas acabam com estoque de caminhões no ES

Após greve da categoria, espera por veículo pode chegar a 90 dias

Publicado em 6 de setembro de 2018 às 01:03

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André Mattos, consultor de vendas, diz que procura por caminhões aumentou. (Vitor Jubini)

Está cada vez mais difícil ver caminhões nos estoques das concessionárias do Espírito Santo. Dependendo do modelo do veículo escolhido, o comprador pode ter que esperar até 90 dias para conseguir segurar as novas chaves nas mãos.

A alta no preço do frete rodoviário, anunciado depois da greve dos caminhoneiros, foi um dos motivos que fizeram com que muitas empresas pensassem em como fazer a própria logística de entrega de seus produtos. Uma das saídas que encontraram foi comprar a própria frota de caminhões e fugir do pagamento do frete.

De acordo com o diretor executivo do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos do Espírito Santo (SincodivES), José Francisco Costa, as vendas mostram que já há um aumento no consumo desse tipo de veículo em comparação aos anos anteriores. “As empresas estão comprando caminhões para agilizar, ter qualidade e otimizar os custos com o transporte”, aponta o diretor do sindicato.

O número de caminhões comercializados de janeiro a agosto deste ano (1.663) já é superior às vendas realizadas em 2017 (1.611) e em 2016 (1.418).

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Os números de vendas de veículos retratam um aumento após a greve dos caminhoneiros

José Francisco Costa, diretor executivo do SINCODIVES
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Em uma concessionária localizada na Serra, já faltam mais de seis modelos de caminhões devido ao crescimento da procura. “A partir do 2º semestre as montadoras começaram a ficar sem pronta entrega. Nesses casos, demora de 60 a 90 dias para chegar”, explica o consultor de vendas da Autobahn Caminhões, André de Mattos e Andrade.

NOVO AUMENTO

Na quarta-feira (05), o governo federal publicou o reajuste sobre a tabela do frete estipulada em junho deste ano. O preço que será praticado teve aumento de 1,66% a 6,24%, dependendo do tipo de carga e distância percorrida, em relação á tabela anterior.

A correção feita pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) está sendo vista como uma forma de desestimular uma possível nova greve a nível nacional, já que na última sexta-feira, 31, foi anunciado aumento de 13% do preço do diesel nas refinarias.

Quem trabalha diretamente com o comprador percebe muito bem o que esses aumentos significam. Segundo o consultor de vendas da Orvel Caminhões, Ronaldo Lima, atualmente, os principais clientes da concessionária são pessoas jurídicas, as empresa, o que para ele pode ser visto como “uma sinalização do impacto da nova tabela de frete”.

Já de acordo com o promotor de vendas da Bracom, Sebastião Tardin, houve uma mudança no tipo de caminhão mais vendido devido ao consumo de combustível. “Depois da greve, a demanda por caminhões articulados, chamados de cavalo mecânico, aumentou. Esses modelos podem carregar de 27 a 54 toneladas e compensam por poder levar cargas muito pesadas”, pontua.

OPÇÃO

Outra opção que as empresas estão apostando para fugir da tabela do frete é comprar veículos menores. De acordo com o representante de vendas comerciais da Autoviva, Carlos Alberto Gouvêa, a procura por vans e caminhões pequenos cresceu e alguns modelos já não têm para pronta entrega.

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“As pessoas voltaram a comprar os modelos menores para realizar as próprias entregas. Depois da greve, chegamos a realizar 20 atendimentos por dia. Antes, havia dias em que nós não atendíamos ninguém”, avalia.

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