> >
Empresas do Espírito Santo ganham o mundo

Empresas do Espírito Santo ganham o mundo

EUA, Itália, Espanha e Portugal são alguns dos alvos dos investimentos capixabas

Publicado em 29 de abril de 2018 às 22:51

Ícone - Tempo de Leitura 0min de leitura
Cristina Tongo tem planos de abrir uma fábrica de creme de café em Portugal. (Gabriel Oliveira/Divulgação Café Caramello)

A busca por novos mercados, custos mais baixos e menos burocracia na hora de montar um negócio têm feito com que muitas empresas capixabas escolham o exterior para expandirem suas marcas.

Estados Unidos, Itália, Espanha, Portugal e China são alguns dos países que vêm recebendo investimentos de empreendedores do Espírito Santo. A ampliação para além das fronteiras nacionais acontece em diversos setores, como alimentação, rochas ornamentais, revestimentos e construção civil.

A superintendente do Centro Brasileiro dos Exportadores de Rochas Ornamentais (Centrorochas), Olivia Tirello, cita que embora não sejam numerosos, há casos de empresas capixabas do setor de mármore e granito que decidiram apostar suas fichas também lá fora. “Tem empresários com depósitos na Itália e nos Estados Unidos e outros que investiram em fábricas, como na Espanha.”

Olivia pondera que entre as vantagens dessa expansão estão maior simplificação e rapidez no processo de abertura de um negócio e o estreitamento com o mercado por meio de uma relação mais próxima com o consumidor. Ela frisa ainda que a internacionalização amplia a segurança do mercado naquela marca.

“Demonstra que a empresa tem maturidade. Ninguém que é amador, comercialmente falando, vai se instalar no exterior. Então, se a empresa se colocou no mercado internacional e fez investimentos é porque ela tem maturidade. Companhias nessa situação, geralmente, são aquelas que estão na ponta”, avalia.

Aspas de citação

Se a empresa se colocou no mercado externo e fez investimentos é porque ela tem maturidade comercial

Olivia Tirello, superintendente Centrorochas
Aspas de citação

Atuando no mercado capixaba desde 1981, o grupo Composé é uma das empresas capixabas que ganhou o mundo. O diretor Carlos Marianelli conta que a rede está nos Estados Unidos desde 2012 e que tem planos de expansão para outros Estados americanos.

INTERFERÊNCIA

Por enquanto, são 20 funcionários e duas empresas no país. Uma delas é voltada para o mercado de distribuição, que atende aos lojistas locais com revestimentos e porcelanatos e outros produtos trazidos do Brasil, da China, da Espanha e da Itália. Para Marianelli, empreender fora do Brasil é mais fácil. “Pois o Estado interfere muito menos nas empresas, que têm mais liberdade de trabalhar a relação com clientes e colaboradores.”

Atuando há cerca 30 anos no mercado do Espírito Santo, a Galwan Construtora e Incorporadora não limitou seus negócios ao Estado e ao Brasil. Com o mercado interno desaquecido, especialmente depois das Olimpíadas de 2016 e com a crise que enfraqueceu diversos segmentos da economia, a companhia, juntamente com um grupo de investidores, adquiriu um terreno para a construção de um hotel em Brieckel, bairro nobre de Miami.

A expectativa do presidente da Galwan, José Luís Galvêas, é de que no segundo semestre deste ano sejam iniciadas as obras e o hotel, com 43 pavimentos e quase 500 apartamentos, fique pronto dentro de 30 meses. “A Galwan está sempre buscando novas oportunidades, sejam elas no Espírito Santo, em outros Estados brasileiros ou fora do país. O que é fundamental é ser um negócio rentável, com segurança e baixo risco para as pessoas que confiam na gente.”

Ampliar a relação com o exterior também é a meta da empresária Cristina Pascoli Tongo. Ela, que é criadora e diretora da Café Caramello – empresa da área de alimentos –, conta que hoje já exporta seus produtos para países como Alemanha, Portugal, Tunísia e Coreia do Sul, mas que devido aos custos elevados de transporte, ela planeja montar, no segundo semestre deste ano, uma minifábrica em Portugal.

“Como o frete para a exportação é muito caro, e o nosso produto, por ser alimento, exige muitos cuidados, tive a ideia de colocar fábrica para funcionar lá fora, algo pequeno, mas que atende o mercado externo. Planejamos o piloto para Portugal, e um segundo local seria a Coreia do Sul. Assim, à medida que essa inserção der certo, vamos avançando para outros países.”

Este vídeo pode te interessar

Para a prosperidade do negócio, que hoje produz 28 mil potes por mês de creme de café na fábrica da Serra, Cristina afirma que um dos pontos fundamentais é manter o padrão do produto. Para isso, todo o insumo para fabricar as mercadorias no exterior virá do Brasil.

Notou alguma informação incorreta no conteúdo de A Gazeta? Nos ajude a corrigir o mais rapido possível! Clique no botão ao lado e envie sua mensagem

Envie sua sugestão, comentário ou crítica diretamente aos editores de A Gazeta

A Gazeta integra o

The Trust Project
Saiba mais