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Bolsa cai para o menor patamar em um mês; dólar segue a R$ 4,20

Bolsa cai para o menor patamar em um mês; dólar segue a R$ 4,20

Na segunda (18), o dólar fechou acima de R$ 4,20 pela primeira vez na história. O Banco Central (BC) não indicou intervenção para baixar a cotação, que acumula alta de 4,5% no mês

Publicado em 19 de novembro de 2019 às 20:18

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Dólar. (Pixabay)

FOLHAPRESS - Com a cautela de investidores em véspera de feriado, a Bolsa brasileira recuou 0,38% e voltou aos 105 mil pontos nesta terça-feira (19), menor patamar desde 18 de outubro. O dólar teve um leve recuo de 0,14%, a R$ 4,2010, segundo maior valor nominal desde a criação do Plano Real.

Também pesou para a queda do Ibovespa, o viés negativo do índice Dow Jones, da Bolsa de Nova York, que recuou 0,36% com uma previsão menor de vendas no final de ano da gigante do varejo Home Depot. 

Nesta terça, o dólar encostou nos R$ 4,22 pela manhã, mas perdeu força com reportagem da Bloomberg, segundo a qual China e Estados Unidos estariam calculando a quantidade de tarifas a serem retiradas na "fase 1" do acordo comercial, que pode ser celebrada ainda este ano.

Também nesta terça, o presidente americano, Donald Trump, disse que o clima entre os países está bom e que "a China vai ter que fazer um acordo que eu goste", sendo que, sem acordo, as tarifas a importações chinesas vão subir.

Na segunda (18), o dólar fechou acima de R$ 4,20 pela primeira vez na história. O Banco Central (BC) não indicou intervenção para baixar a cotação, que acumula alta de 4,5% no mês. 

O presidente do BC, Roberto Campos Neto, disse que a instituição se importa apenas em como o valor do câmbio afeta a inflação e que a desvalorização recente do real não influenciou as expectativas de inflação, citando um cenário de melhora da economia, melhora de percepção de risco e redução dos juros de longo prazo.

O BC inclusive cancelou as ofertas de dólares em moeda spot previstos para esta terça, por conta do feriado em São Paulo pelo Dia da Consciência Negra, celebrado nesta quarta (20). Na quinta (21), serão ofertados até US$ 785 milhões em moeda spot e 15.700 contratos de swap cambial reverso e 15.700 contratos de swap tradicional para rolagem do vencimento janeiro 2020.

O BC comunicou ainda que na quarta não haverá oferta simultânea de dólar à vista e de contratos de swaps. "Os volumes que seriam ofertados nesses dias serão distribuídos nos demais dias úteis do mês", disse.

Campos Neto também adiantou que o BC já tem pronto projeto para alterar a tributação do hedge cambial. Como já foi anunciado, a ideia da proposta é que os ganhos e perdas com hedge contratado por investidores de longo prazo em infraestrutura possam se compensar, de forma que a taxação só aconteça sobre um eventual ganho líquido, o que pode beneficiar a vinda de investidores estrangeiros.

No exterior, o viés foi misto, com o segundo corte deste ano na previsão de vendas da Home Depot para o final do ano e uma menor projeção de lucro da também americana Kohl's, rede de lojas de roupas. Ao mesmo tempo, um acordo comercial entre China e Estados Unidos parece mais provável de acordo com as declarações de Trump e reportagem da Bloomberg.

Na véspera, a rede de TV americana CNBC reportou que chineses estariam pessimistas com relação ao acordo com a relutância de Trump em remover tarifas a importações chinesas. Também na segunda, o governo americano emitiu uma nova extensão de 90 dias permitindo que as empresas dos Estados Unidos continuem fazendo negócios com a chinesa Huawei.

Apesar da queda no Dow Jones, S&P 500 fechou em leve baixa de 0,06% e Nadaq subiu 0,24%, atingindo uma nova máxima histórica, a 8.570 pontos.

No Brasil, o Ibovespa recuou 0,38%, a 105.864 pontos. O giro financeiro foi de R$ 14,067 bilhões, abaixo da média diária para o ano.

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O risco-país medido pelo CDS (Credit Default Swap) de cinco anos subiu pelo segundo pregão seguido. O índice teve alta de 1,5%, a 126 pontos, maior valor desde a aprovação da reforma da Previdência em segundo turno no Senado, em 23 de outubro.

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