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Ação da Petrobras supera valor da megacapitalização

Ação da Petrobras supera valor da megacapitalização

Com resultados financeiros positivos e alta no preço do petróleo, papéis da estatal ultrapassaram as cotações registradas em 2010

Publicado em 16 de maio de 2018 às 11:00

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Prédio da Petrobras. (Divulgação)

Com o petróleo se aproximando dos US$ 80 o barril, o enfraquecimento do real em relação ao dólar, bons resultados do primeiro trimestre e perspectivas positivas quanto à venda de ativos e ao desfecho da negociação em torno da cessão onerosa, as ações ordinárias da Petrobras já sobem cerca de 25% neste mês, enquanto as preferenciais têm ganhos de 16%. Negociados a R$ 30,91 (ON) e a R$ 26,79 (PN), os dois papéis superaram os preços da polêmica megacapitalização de 2010 – o preço da ação PN havia sido definido em R$ 26,30 e o da ON, em R$ 29,65.

A Petrobras usou os recursos obtidos com a capitalização para pagar o governo pela cessão onerosa de 5 bilhões de barris de petróleo do pré-sal, no valor de R$ 74,8 bilhões, e para financiar o plano de investimentos entre 2010-2014, estimado em US$ 224 bilhões.

Oito anos depois, a cessão onerosa é novamente centro das atenções dos investidores, que aguardam um acerto entre a estatal e a União. O cenário base do analista do UBS, Luiz Carvalho, é de que a petroleira receba cerca de US$ 12 bilhões e o governo possa realizar o leilão do excedente ainda neste ano.

“Acreditamos que o governo esteja focado em realizar um leilão de volume de excedentes da cessão onerosa até setembro”, diz relatório do UBS.

A aposta é de que a Petrobras receba em barris de petróleo. No fim de abril, o secretário executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio Félix, disse que seria possível que o resultado final da negociação não dependesse de projeto de lei, que teria de passar pelo Congresso. Um projeto de lei em tramitação na Câmara permite que a Petrobrás venda parte dessas áreas, mas ainda não foi aprovado.

Petróleo. Os contratos futuros do Brent e do WTI avançam em torno de 20% neste ano, surpreendendo equipes de análise e gerando revisões de expectativas. Relatório do Santander da semana passada, assinado pelos analistas Christian Audi e Gustavo Allevato, diz que a Petrobras está “muito bem posicionada” para se beneficiar desse forte movimento de alta nos preços do petróleo.

O documento dizia que, considerando o múltiplo EV/Ebitda (valor da empresa sobre o Ebitda), a Petrobras era negociada com descontos relevantes em relação a petroleiras americanas, de 25%, 35% e de 43%, entre 2018 e 2020. Em parte, essas diferenças de preços se devem à cautela dos investidores quanto aos resultados das eleições presidenciais.

Relatório do Itaú BBA cita que os analistas optaram por revisar as projeções de ganhos da empresa. “Estamos atualizando nossas estimativas sobre a Petrobras para incorporar os resultados do primeiro trimestre de 2018, bem como uma curva atualizada do petróleo e o novo cenário macroeconômico do Itaú BBA”, diz o documento.

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“Reiteramos nossa recomendação de outperform (desempenho acima da média do mercado) e introduzimos um valor justo para 2018 de R$ 32 para Petrobrás PN (US$ 18 para o ADR PBR/A), ante a expectativa anterior de R$ 26 (US$ 16).”

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