Melhora na gestão e condições de mercado favoráveis levaram a Petrobrás a ter, neste ano, seu melhor trimestre desde 2011, na avaliação do consultor David Zylbersztajn, ex-diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo (ANP). (Um resultado positivo) não é surpresa quando a empresa é bem gerida, diz ele.
O lucro da Petrobras foi maior que o esperado por analistas...
Não é surpresa quando a empresa é bem gerida.
Mas o preço do combustível não ajudou?
Sim. A Petrobras pode usufruir das condições do mercado. É assim (com preços do combustível variando conforme o mercado internacional) no mundo todo. É cíclico, em algum momento, pode ser que a empresa perca. Outra coisa (que favoreceu) foi a gestão da empresa, de enxugamento de projetos que não deveriam ter ocorrido e de parcerias em áreas que não são primordiais. Foram três coisas: melhora na gestão, condições de mercado e não ingerência política.
O governo criou uma distorção no mercado, e a Petrobras se aproveitou disso. Para o mercado das importadoras, o preço ficou muito baixo. Provavelmente vai continuar.
O lucro veio logo após o governo assumir a conta da greve. O desempenho da estatal abre brecha para a sociedade questionar a possibilidade de a Petrobras dividir a conta?
A sociedade apoiou a greve. (A conta) é problema de quem apoia a greve. Claro que não (é responsabilidade da estatal reduzir os preços do combustível). A empresa é regida pelas regras de mercado.
Com esse resultado, a crise que culminou com a saída de Pedro Parente fica para trás?
Acho que sim. O Ivan (Monteiro, presidente da companhia) sempre foi um executivo muito correto, inspira confiança e toma as decisões que tem de tomar. Pode ser mais discreto no trato público, mas não mudou nada em termos de firmeza de gestão. Ele e o Parente eram os dois principais responsáveis por esse processo de ajuste das contas da empresa.
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