É jornalista e escritora, com passagens pelos jornais A Gazeta e Folha de São Paulo e pelas revistas Bravo! e Vida Simples. Atualmente coordena o Curso de Residência em Jornalismo da Rede Gazeta.

Diversidade: o que eu e você temos a ver com a palavra da moda?

Falar de diversidade significa refletir sobre a pluralidade de visões, experiências, condição socioeconômica, origem, orientação sexual, gênero, raça, cor, e sobre a inclusão de grupos

Publicado em 05/10/2019 às 05h00
Atualizado em 05/10/2019 às 05h01
Diversidade na sociedade. Crédito: Divulgação
Diversidade na sociedade. Crédito: Divulgação

Antes de mais nada, é preciso dizer que falar de diversidade não significa necessariamente falar de minorias. Falar de diversidade significa refletir sobre a pluralidade de visões, experiências, condição socioeconômica, origem, orientação sexual, gênero, raça, cor, e sobre a inclusão de grupos que no geral não são adequadamente representados, estando ou não em vantagem numérica.

Significa, por exemplo, ampliar a participação de mulheres nas esferas de decisão das empresas de uma nação majoritariamente feminina (51,7%, segundo o IBGE), em que apenas 13,6% dos cargos executivos são ocupados por elas (dados do Instituto Ethos coletados nas 500 maiores companhias nacionais).

Significa estimular que os negros de um país predominantemente preto (54%, de acordo com o mesmo IBGE e apenas 4,7% em posições de liderança, nos números do Ethos) enriqueçam culturalmente, evoluam profissionalmente e igualmente alcancem os espaços de poder.

Significa fazer valer, sem meias palavras, o artigo quinto da Constituição Federal: "Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza".

Falar de diversidade pressupõe compreender que temos, todos, o direito à diferença.

Pressupõe também, é claro, dialogar com as minorias que enfrentam obstáculos físicos e culturais impostos pelo preconceito, pela falta de políticas públicas adequadas e pela omissão de quem, simplesmente, não enxerga os diferentes. Pressupõe não ser insensível aos buracos que diariamente impedem uma pessoa com deficiência física de sair de casa.

Pressupõe não fingir que a matança de gays, bissexuais, travestis e transgêneros não existe - ela existe e ostenta um número que deveria envergonhar todo brasileiro: uma morte por homofobia a cada 16 horas, conforme relatório da Comissão Interamericana de Direitos Humanos.

A boa notícia é que nunca se falou tanto sobre os ganhos de sermos plurais. A despeito da intolerância que assombra as ruas e as redes, ou talvez movidos por ela, marcas, grupos e indivíduos como eu e você passaram a promover a multiplicidade de olhares, o respeito pela assimetria e a formação de times heterogêneos como estratégia para obter bons resultados.

O diálogo está posto.

Representatividade importa e, para além do clichê (assunto para outro dia), tem se mostrado um ingrediente e tanto no posicionamento de organizações e pessoas conectadas com as mudanças de seu tempo.

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