O ex-ministro Wagner Rossi criticou o Judiciário ao chegar à sede da Polícia Federal (PF) na capital paulista, na tarde desta quinta-feira, onde cumprirá cinco dias de prisão temporária. Rossi foi preso no início da manhã, em Ribeirão Preto, na Operação Skala, autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, relator do inquérito que investiga se Temer, por meio de decreto, beneficiou empresas do setor portuário de Santos em troca de suposto recebimento de propina.
Ex-deputado federal, Rossi foi diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo, estatal administradora do porto de Santos, entre 1999 e 2000. Ele é pai de Baleia Rossi, líder do MDB na Câmara.
- Fui chamado para prestar depoimento sobre um assunto que não é da minha época, nem da minha alçada. Eu tinha saído 15 anos antes da Codesp e portanto não tenho nada a ver. Como hoje o procedimento do judiciário é dessa maneira, nós vamos cumprir e respeitar. É uma tendência. Hoje, a orientação do Judiciário é mais nesse sentido - disse o ministro, que disse não ter relação com as irregularidades apontadas pela PF.
Rossi aparentava serenidade, apesar da indisfarçável irritação com a prisão. Ele carregava a biografia de Leonardo da Vinci, de Walter Isaacson.
Mais cedo, a PF já havia prendido José Yunes, amigo e ex-assessor do presidente Michel Temer, Antonio Celso Grecco, dono da empresa Rodrimar, que opera no Porto de Santos e Milton Ortolan, ex- auxiliar do ex-ministro.
No mesmo caso, o ministro Barroso já havia pedido a quebra do sigilo de Temer. O caso preocupa o Planalto, já que Yunes, um dos principais aliados de Temer, é apontado pelo operador Lúcio Funaro, delator na Lava Jato, como um dos responsáveis por administrar propinas supostamente pagas ao presidente.
Outro que também deve ser encaminhado à PF até o final do dia é o coronel José Batista Lima Filho, amigo de Temer. Ao ser detido, Lima passou mal e foi levado para o hospital, onde passa por exames.
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