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Sindicato pede suspensão de coleta presencial para pesquisas do IBGE

Sindicato pede suspensão de coleta presencial para pesquisas do IBGE

O objetivo da medida é reduzir o risco de contaminação das pessoas que saem às ruas para fazer entrevistas

Publicado em 16 de março de 2020 às 17:44

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"Nossa prioridade é proteger os servidores e quem os cerca", alegou a Assibge. (Arquivo | A Gazeta)

A Assibge, sindicato que reúne os funcionários do instituto, quer a suspensão da coleta presencial para pesquisas, como as medem a inflação e a taxa de desemprego no país. O objetivo é reduzir o risco de contaminação por coronavírus das pessoas que saem às ruas para fazer entrevistas.

A evolução da pandemia no Brasil preocupa técnicos e especialistas também em relação ao Censo Demográfico de 2020, agendado para o segundo semestre. O cronograma atual prevê a realização de concurso no dia 17 de maio para contratar os 208 mil agentes censitários e recenseadores para a operação.

A pesquisa do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), taxa oficial de inflação do país, é feita dez regiões metropolitanas de capitais, duas capitais e no Distrito Federal. Chamada Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra Domicilar) Contínua, a pesquisa do desemprego é feita em todos os estados.

"Nossa prioridade é proteger os servidores e quem os cerca", diz Dione Oliveira, da Executiva Nacional da Assibge. A coleta, sugere, pode ser feita por telefone enquanto durar o surto de Covid-19.

Segundo a última atualização do Ministério da Saúde, o Brasil tem 234 pessoas confirmadas com Covid-19 nesta segunda (16). Alguns estados, como Rio e São Paulo, já começaram a tomar medidas para reduzir o fluxo de pessoas nas ruas.

A crise pega o IBGE em meio à preparação para sua maior pesquisa, que visita cerca de 70 milhões de domicílios para traçar um retrato da população brasileira. Realizado a cada dez anos, o Censo Demográfico está previsto para ser iniciado em 1º de agosto.

IBGE disse, por meio de sua assessoria de imprensa, que por enquanto o cronograma do concurso está mantido. Especialistas temem, porém, que o prolongamento da crise atual possa vir a prejudicar a pesquisa, que já sofre com reviravoltas no planejamento e cortes orçamentários.

O planejamento original previa gastos de R$ 3,4 bilhões. Ao assumir a presidência do IBGE no governo Jair Bolsonaro, Susana Cordeiro Guerra determinou um corte de 25% do valor. Até o momento, 63% deste total estão garantidos no Orçamento da União -o restante depende de aprovação do Congresso.

Nomeada por Guedes, Guerra defendeu que os cortes orçamentários não terão impacto na qualidade da pesquisa. Uma das medidas para economizar foi a redução do tamanho do questionário: em sua versão básica, o número de questões caiu de 34 para 25; na completa, aplicada em 10% dos domicílios, de 112 para 76.

O IBGE ainda não se manifestou sobre o pedido de suspensão da coleta presencial de informações.

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