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General pede demissão da Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo

General pede demissão da Secretaria de Assuntos Estratégicos do governo

Porta-voz da Presidência não respondeu sobre motivos da saída de Maynard Santa Rosa

Publicado em 5 de novembro de 2019 às 08:58

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Jair Bolsonaro e Maynard Santa Rosa. (Alan Santos/Presidência da República/Divulgação)

O governo de Jair Bolsonaro (PSL) perdeu mais um general do Palácio do Planalto. Maynard Marques de Santa Rosa pediu demissão nesta segunda-feira (4) do cargo de chefia da SAE (Secretaria de Assuntos Estratégicos).

A SAE, que é hoje vinculada à Secretaria-Geral, chegou a ter status de ministério em governos anteriores, como no da ex-presidente Dilma Rousseff (PT). A função da secretaria é planejar políticas e estratégias nacionais a longo prazo.

O pedido de demissão foi formalizado por Santa Rosa nesta segunda ao ministro Jorge Oliveira, chefe da Secretaria-Geral. De acordo com pessoas próximas ao general, ele decidiu sair do governo por desentendimentos com o ministro. Santa Rosa chegou ao Palácio do Planalto pelas mãos do ex-chefe da pasta Gustavo Bebianno, demitido em fevereiro por Bolsonaro. Aliados do general prometem também deixar a SAE por insatisfações com a gestão de Oliveira.

Questionado sobre a saída do secretário, o ministro não quis comentar. Ao fim de uma cerimônia na tarde desta segunda, no Planalto, ele foi questionado por três vezes sobre a saída de Santa Rosa.

Em todas, Oliveira afirmou que só falaria sobre a comemoração ao Dia do Funcionário Público, realizada nesta segunda.

O porta-voz da Presidência, general Otávio Rêgo Barros, confirmou que a saída do general partiu de um pedido dele e não respondeu sobre os motivos da demissão.

"Essa pergunta, em face do pedido de demissão de ser da lavra do general, a ele deve ser endereçada", disse.

Capitão reformado do Exército, Bolsonaro conta atualmente com 8 militares entre os 22 ministros. O Palácio do Planalto, onde estão sediadas quatro pastas, chegou a ter três generais como titulares, além do vice-presidente, Hamilton Mourão.

Desde o início do ano, porém, dois generais foi demitidos de seus cargos como ministros: Carlos Alberto dos Santos Cruz, que deixou a Secretaria de Governo após longo desgaste com um dos filhos do presidente, o vereador Carlos Bolsonaro (PSC-RJ), e o general Floriano Peixoto, que foi retirado da Secretaria-Geral para presidir os Correios.

Levantamento feito pela Folha de S.Paulo até meados de outubro mostrou que, em seus primeiros nove meses na Presidência, Bolsonaro já ampliou em ao menos 325 postos o número de militares, da ativa e da reserva, que participam da administração federal.

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Além do presidente e do vice, o general Mourão, e de 8 de seus 22 ministros, há ao menos 2.500 militares em cargos de chefia ou assessoramento, em uma curva ascendente iniciada sob Michel Temer (2016-2018) -que rompeu com a simbólica prática de governos anteriores de nomearem civis para comandar o Ministério da Defesa.

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