A executiva estadual do PSDB, em reunião realizada ontem, delegou as tratativas com os demais partidos ao senador Ricardo Ferraço. Na prática, a definição é mais um passo dos tucanos em direção a uma aliança com o PSB de Renato Casagrande, para onde o senador vinha se movimentando antes mesmo de o vice-governador César Colnago (PSDB) anunciar que não seria o candidato do grupo governista ao Palácio Anchieta.
Na reunião, os tucanos não trataram explicitamente de apoio ao PSB. A conversa concentrou-se nas motivações de Colnago para não ser candidato ao governo e nas construções de coligações para a eleição de deputados estaduais e federais. Também não foram feitas objeções aos movimentos já feitos por Ferraço em direção à candidatura socialista ao governo.
A justificativa oficial para entregar a tarefa ao senador, segundo tucanos, é a de que ele é, agora, o único pré-candidato majoritário (cuja eleição é definida não por votação proporcional, como a de deputados, mas por maioria de votos). Portanto, cabe a ele, que busca a reeleição, conduzir as conversas.
Ferraço sinalizou o interesse na aliança com Casagrande no início da semana, conforme aliados do socialista. Embora não haja, até este momento, uma aliança formal e pública, pré-candidatos a deputado pelo PSDB já procuraram pré-candidatos do grupo de Casagrande, mais precisamente de PSB e PPS, para calcular as possibilidades de cada um.
A aliança entre PSDB e PSB é dada como certa. Dentro dela, para a disputa a deputado federal, criaria-se uma perna com PDT, DEM e PSDB. Para tentar as cadeiras na Assembleia Legislativa, os tucanos deverão fazer uma chapa puro sangue.
Ferraço e os demais participantes da reunião da executiva do PSDB não deram entrevistas à reportagem.
Na avaliação de interlocutores, um dos interesses de Ferraço é não permanecer no mesmo palanque que o também pré-candidato ao Senado Amaro Neto (PRB). Ambos aparecem nas pesquisas atrás de Magno Malta (PR) na disputa por uma das duas vagas. Em palanques diferentes, ficariam mais à vontade para concorrer.
Mais próximo
Embora Ferraço mantenha diálogo aberto com a senadora Rose de Freitas (Podemos), é Amaro quem está mais próximo de fechar o apoio à pré-candidata ao governo. "As conversas com Amaro estão bem colocadas, mas a discussão está muito aberta", disse Rose.
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