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David Uip diz que receita de cloroquina é verdadeira, mas não reconhece uso

David Uip diz que receita de cloroquina é verdadeira, mas não reconhece uso

O infectologista vinha sendo questionado nas redes sociais se teria usado o medicamento em seu tratamento contra o coronavírus

Publicado em 8 de abril de 2020 às 16:57

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David Uip, infectologista e coordenador do Centro de Contingência formado para limitar a disseminação do coronavírus em São Paulo
David Uip, infectologista e coordenador do Centro de Contingência formado para limitar a disseminação do coronavírus em São Paulo. (Governo de São Paulo/Reprodução)

O coordenador do Centro de Contigência para o novo coronavírus no Estado de São Paulo, David Uip, confirmou, na manhã desta quarta-feira, 8, que a receita de cloroquina atribuída a ele é verdadeira. O infectologista vinha sendo questionado nas redes sociais se teria usado o medicamento em seu tratamento contra o coronavírus. Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro sugeriu que Uip escondia o uso da cloroquina por "questões políticas", já que "pertence à equipe do governador de São Paulo".

"A receita é da minha clínica. Ela é real. Alguém, em algum lugar, vazou essa receita de forma incorreta. Em que nada me preocupa", declarou Uip em entrevista à rádio Gaúcha. O infectologista afirmou que, como homem público, tem a obrigação de ser transparente sobre sua saúde, mas não confirmou se a cloroquina foi usada em seu tratamento contra a covid-19.

"Essa receita é do dia 13 de março. Meu diagnóstico foi em 23 de março. Minha clínica tem hoje 12 médicos, nove infectologistas. Todos muito envolvidos na linha de frente no tratamento de coronavírus. Na clínica tomamos a decisão de comprar diversos medicamentos, entre eles a cloroquina. Ela não foi comprada em farmácia. Foi manipulada. Está à disposição de funcionários de uma clínica que está na linha de frente do enfrentamento do coronavírus. Caso um de nós precisasse, o médico poderia prescrever ou não", disse Uip.

Horas antes, no Twitter, Bolsonaro voltou a defender o uso da cloroquina em pacientes diagnosticados com a covid-19. Em uma das postagens, sem mencionar Uip, o presidente citou um "renomado médico" da equipe do governador de São Paulo, João Doria (PSDB), que estaria se negando, por "questões políticas", a divulgar o tratamento utilizado para se curar do coronavírus. Doria e Bolsonaro têm travado um cabo de guerra nas medidas de combate à pandemia.

Na coletiva diária do governo do Estado de São Paulo nesta quarta-feira, Uip criticou Bolsonaro. "Gostaria de iniciar lamentando que, enquanto a maioria dos brasileiros é e foi solidária, alguns poucos estão preocupados com meu tratamento pessoal, que não tem nenhum valor". O infectologista ainda afirmou que defende a aplicação do uso da cloroquina em pacientes internados, desde que haja prescrição médica e anuência do paciente.

"A cloroquina tem efeitos adversos, cardíacos, hepáticos e visuais. Tem que ser usada com critério, com observação do médico que prescreveu. Presidente, eu respeitei o seu direito de não revelar seu diagnóstico, respeite o meu de não revelar meu tratamento. Presidente, me respeite e respeite o meu direito de privacidade. Minha privacidade foi invadida, minha clínica foi invadida. Tomarei as providências legais", disse.

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