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Cármen quer 1.000 júris de feminicídio

Cármen quer 1.000 júris de feminicídio

Em reunião com os coordenadores estaduais da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar, ministra destacou que 'faltam apenas cinco júris' para alcançar a marca

Publicado em 16 de julho de 2018 às 22:51

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Cármen quer 1.000 júris de feminicídio. (Antonio Cruz/Agência Brasil)

A presidente do Conselho Nacional de Justiça e do Supremo Tribunal Federal, ministra Cármen Lúcia, conclamou o sistema judiciário nacional a alcançar, já em agosto, o total de mil sessões do Tribunal do Júri contra réus de feminicídio. A ministra espera atingir essa meta na 11.ª edição da Semana Justiça pela Paz em Casa, que será realizada em todo o País de 20 a 24 de agosto próximo. A recomendação foi transmitida aos coordenadores estaduais da Mulher em Situação de Violência Doméstica e Familiar na manhã desta segunda-feira, 16.

As informações foram divulgadas no site do Supremo. Nas edições anteriores, desde 2015, a campanha Justiça pela Paz em Casa realizou 995 júris de feminicídio e tentativa de homicídio contra mulheres.

“Faltam apenas cinco júris para mil. É um número que apresenta ao Brasil a resposta dos tribunais em um tema mundial. Teremos feito mil júris, o que não é fácil, de um tema específico. Acredito que seja inédito”, ponderou a ministra.

“Isso sinaliza, também para as presidências dos tribunais, a importância do empenho na Semana”, afirmou Cármen.

“Diversos segmentos querem prioridade, mas é preciso adequar a pauta dos júris à perspectiva de gênero. A Semana representa um salto neste ponto”, disse a juíza Andremara dos Santos, auxiliar da Presidência do CNJ.

A Semana Justiça pela Paz em Casa é realizada três vezes por ano: em março, em homenagem ao Dia Internacional da Mulher; em agosto, por ocasião do aniversário da promulgação da Lei Maria da Penha; e em novembro, durante a Semana Internacional de Combate à Violência de Gênero, criada pela Organização das Nações Unidas.

Cármen fez contato com procuradores-gerais de Justiça e defensores públicos-gerais para pedir atenção às audiências. “Sem a presença do Ministério Público, não há como fazer. Devemos, também, fazer um empenho junto à Ordem dos Advogados do Brasil, que mostra muita boa vontade. Hoje, nas 27 seccionais, há uma coordenadoria da mulher.”

As unidades contam com advogados dativos.

A ministra destacou dados do estudo O Poder Judiciário na Aplicação da Lei Maria da Penha – 2018.

O trabalho indicou que juízes baixaram 18% mais ações em 2017, ante o ano anterior. No mesmo período, cresceu em 12% o total de processos de violência contra a mulher.

A ministra apontou a alta de 21% na concessão de medidas protetivas em 2017. Ela pediu aos coordenadores que apurem quantos municípios contam com o serviço de Patrulha Maria da Penha, por guarda municipal ou Polícia Militar.

Ela também tratou do protocolo de intenções firmado entre o CNJ e o Conselho Federal de Psicologia (CFP). “Vítimas me contaram que às vezes tentam esquecer e são chamadas, anos depois, para contar a mesma história. E cada pessoa é uma. Precisamos de uma estrutura para estabelecer: o que o juiz precisa aprender sobre o ser humano?”, observou Cármen.

A reunião debateu também a revisão do Manual de Rotinas dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher.

Foi apresentada, ainda, prévia da programação da XII Jornada Maria da Penha, em 9 e 10 de agosto, em Brasília.

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Temas tratados com os coordenadores serão retomados na próxima reunião com os presidentes dos tribunais.

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