O PSB do ex-governador Renato Casagrande parece ter conseguido neutralizar o risco de que um de seus principais aliados, o PPS, pudesse migrar para a base de apoio de uma de suas concorrentes, a senadora Rose de Freitas (Podemos).
Descontentes com a composição das chapas proporcionais, o partido do prefeito de Vitória, Luciano Rezende (PPS), avaliou que um chapão com PDT, DEM e PSDB, como foi proposto pelo PSB, poderia eleger forças que não tem relação com o partido.
Aliado a isso, a inscrição de vereadores de Vitória filiados ao PSB na chapa contrária a base do prefeito Luciano Rezende (PPS) contribuiu para um desconforto entre as duas siglas.
Durante o fim de semana, socialistas buscaram separar o conflito municipal e a formação das coligações para a eleição proporcional, a fim de acalmar os ânimos. Ao PPS foi proposto duas alternativas de composição de chapa para as candidaturas de deputados federais e estaduais, o que parece ter agradado o partido.
O acordo ainda não foi totalmente fechado, o que deve ocorrer próximo ao final do prazo para definir as coligações, no dia 5 de agosto. Contudo, dirigentes socialistas confirmam que as novas propostas tiram o PPS de uma chapa na proporcional com PDT, DEM e PSDB.
O presidente estadual do PPS, Fabrício Gandini, confirma. O PSB se comprometeu a ajudar no diálogo para tentarmos chegar a um consenso. Nos foram apresentadas alternativas fora daquelas colocadas no início das discussões. Isso foi importante para fazermos essa aproximação novamente. Assim nos sentimos contemplados, afirmou.
Na noite do último domingo, a executiva do PPS se reuniu e deliberou que vai priorizar as coligações de federal e estadual no entorno da chapa de Casagrande. Após essa reunião, o partido frisou, em uma nota, que no caso de não obter êxito neste caminho, deverá buscar outras alianças.
Agora, o problema já foi solucionado, segundo Gandini. A crise está superada, a relação está apaziguada. Essa página para nós está virada. Consolidamos a aliança. Vamos mesmo com o PSB.
Também ficou definido que um manifesto será elaborado com diretrizes que o partido sugere para o programa de governo de Casagrande.
SENADO
Na reunião de domingo, a executiva do PPS ainda considerou fundamental para o projeto político estadual do PPS a candidatura do consultor de segurança Marcos do Val (PPS) ao Senado.
O próprio Do Val havia afirmado em entrevista ao Gazeta Online, no último dia 20, que poderia abrir mão de sua candidatura a pedido do candidato a governador Renato Casagrande. A chapa do socialista também conta com Ricardo Ferraço (PSDB) como candidato.
No entanto, o partido mantém conversas com o senador Magno Malta (PR), o que poderia ser um balde de água fria nos planos do PPS.
Casagrande disse ter se reunido com Magno no último domingo, e que ainda aguarda uma posição final do PR. Foi uma conversa boa, discutimos hipóteses, mas todos estão muito dependentes das proporcionais, contou.
As conversas seguem acontecendo, mas estamos felizes com a candidatura de Do Val, embora existam outras possibilidades de negociação. Mas acho que isso não será um problema com o PPS. É uma questão que está bem conduzida com o partido, afirmou um dirigente próximo a Casagrande.
Do Val diz que sua candidatura ao Senado segue mantida e classifica como especulações a possibilidade de se retirar da disputa. Ele descarta ser candidato a deputado federal ou estadual.
Meu foco é o Senado e só o Senado. Me candidatei porque as pessoas pediam um nome novo e sou o único concorrente que não vem de outros mandatos. Sobre essas conversas (de deixar a disputa), estou deixando a cargo do PPS, disse o consultor em segurança.
VITÓRIA
Nas articulações das eleições para a Câmara de Vitória, Gandini é quem tomou a frente da negociação da chapa governista, enquanto Davi Esmael (PSB) conduz as conversas da oposição.
O presidente do PPS relata que houve um pedido de ajuda a Casagrande para construir um nome de consenso. O PSB vai nos ajudar a conversar com os vereadores, contou.
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