Jornalismo e cooperativismo

Em tempos de recessão e redesenho do negócio jornalístico, a imprensa pautou as conquistas do cooperativismo

Publicado em 30/11/2017 às 19h49
Atualizado em 28/02/2020 às 21h31

Neste 1º de dezembro, uma premiação muito especial celebra o “encontro” de duas das mais notáveis “invenções” da humanidade no processo de construção de uma civilização mais justa e inclusiva, o Jornalismo e o Cooperativismo.

Em tempos de crise hídrica, recessão, redesenho do negócio jornalístico e tantos desafios mais, a imprensa capixaba manteve em pauta a coragem e as conquistas do cooperativismo entre nós. Os melhores trabalhos em oito categorias serão premiados pela OCB-ES/Sescoop-ES, na 11ª edição do Prêmio Capixaba de Jornalismo Cooperativista, que já se firmou como referência ímpar no reconhecimento do Jornalismo de qualidade feito no Espírito Santo.

Motivos para esse encontro de “invenções” na cobertura jornalística é o que não falta. De acordo com a OCB-ES, existem hoje no Estado 125 cooperativas em atividade, em nove setores. São 290 mil cooperados em cooperativas que geram mais de 8 mil empregos diretos. Por se tratar de atividade que agrega familiares e comunidades inteiras, chega-se a mais de

1 milhão de pessoas envolvidas. O faturamento das cooperativas vinculadas à OCB em 2016 foi de R$ 4,9 bilhões.

Algumas outras informações que mostram o vigor do segmento: no ranking das 200 maiores, temos 18 cooperativas; 46% do leite (e derivados) formal, fiscalizado, industrializado e comercializado vêm de cooperativas; o cooperativismo financeiro é o 2º maior aplicador de recursos no setor agropecuário; 15% do café capixaba é armazenado e comercializado via cooperativas; a maior cooperativa comercializadora de café conilon (robusta) no mundo é do Espírito Santo; e 83% dos cooperados são agricultores familiares.

O cooperativismo, cujos moldes atuais se originaram na Inglaterra do século XIX, é uma alternativa histórica com resultados concretos na produção e distribuição de riqueza de um modo bem peculiar. Seus fundamentos são “tomar parte em” e “partilhar com”, sustentando uniões solidárias mobilizadas pela geração de prosperidade compartilhada. Uma solução para lá de pertinente em tempos de tanto individualismo e empobrecimento endêmico.

Felizmente, as terras capixabas têm boas notícias de sobra nesse campo. Ao Jornalismo, que não vive apenas de boas notícias, mas de notícias necessárias e impositivas, contribuindo para o fortalecimento da democracia, o incremento da cidadania e a constituição de uma realidade socioeconomicamente justa, o cooperativismo tem sido fonte de excelentes notícias. Um “encontro” que merece ser destacado e premiado.

*O autor é doutor em Comunicação, pós-doutor em Mídia e Cotidiano, professor na Ufes e jornalista

 

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