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Hospital de Iconha deve ficar fechado por tempo indeterminado

Hospital de Iconha deve ficar fechado por tempo indeterminado

Afirmação é do presidente da unidade. "Lá ainda tem mais de 30 centímetros de lama, perdemos tudo, medicação, aparelho, raio-X, foi todo destruído”

Publicado em 21 de janeiro de 2020 às 18:08

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Após as fortes chuvas que atingiram o município de Iconha, Alessandro Lima, presidente do Hospital e Maternidade Danilo Monteiro de Castro, único da cidade, afirmou que a destruição causada impedirá o funcionamento do centro de saúde por tempo indeterminado. Os três pacientes que estavam internados na sexta-feira (17) — data do início do caos —foram transferidos a tempo para Cachoeiro de Itapemirim e Piúma.

“Sexta-feira de dia estava normal por aqui, eu estava no hospital até 17h e tinham vários pacientes embaixo. Internados eram três. À noite, ligaram para vir para cá, mas não consegui chegar aqui. O enfermeiro e o médico estavam no hospital e conseguiram tirar os pacientes do segundo andar e levar para o terceiro, onde conseguiram ficar até cedo no sábado, esperando os bombeiros fazerem a remoção. Um deles foi levado para Piúma e dois para Cachoeiro”.

"NOITE DE TERROR, PERDEMOS TUDO", DIZ PRESIDENTE DE HOSPITAL

Segundo o presidente do hospital, a noite de sexta-feira (17) foi de terror e não havia como entrar no local após o resultado da chuva. “Ficamos com medo. E temos 28 leitos, local para internação, embaixo temos mais oito pontos para tomar um soro. É o único hospital que tem aqui e está praticamente destruído. Estou tentando começar a limpeza, mas está faltando gente para ajudar a limpar, máquina e uma caçamba pra tirar. Lá no hospital tem mais de 30 centímetros de lama ainda, perdemos tudo, medicação, aparelho, raio-X, o que a gente tinha aqui embaixo foi todo destruído”, relatou.

MUTIRÃO DE LIMPEZA

Voluntários já estão no hospital tentando promover a limpeza, em um mutirão que envolve profissionais de diversos setores. Segundo Rômulo de Souza Ribeiro, diretor do centro de saúde, o auxílio veio também de municípios vizinhos, como Itapemirim e Anchieta. “Vieram para começar a limpar e vamos dar sequência. Todo o nosso pronto socorro está improvisado, no Centro de Referência de Assistência Social. Estamos praticamente com nossa equipe toda, cerca de 80%, à exceção de quem perdeu tudo. São médicos, enfermeiros, técnicos em enfermagem, farmacêuticos, assistentes sociais, entre outros”, explicou.

“Toda a população está sendo atendida, sendo que os casos de internação estão indo para outros municípios. O Estado também tem enviado ambulância com UTI móvel. Estamos conseguindo nos manter. Também estamos realizando visitas nas casas. Só não sei a quantidade precisa de voluntários, mas por dia são cerca de 80 a 100 pessoas, desde a equipe de saúde, até os que estão limpando as ruas”.

Para o diretor, o hospital não precisará ser reconstruído, estando apenas sujo, sem, no entanto, ter tido a estrutura abalada. “O hospital está em perfeito estado em termos de estrutura, mas a limpeza vai depender de máquinas e de caçambas. Não tem um tempo exato para chegar ao fim, mas acredito que um mês e meio será o suficiente, se não acontecer mais nada”, concluiu.

Já para a voluntária Dayane Simões, a perda foi completa. “Essas partes de esterilização, emergência e raio X eram feitas na parte de baixo do centro hospitalar, perdemos isso tudo”, disse.

Hospital de Iconha fica destruído após as chuvas. (Fernando Madeira)

SOBE PARA SETE O NÚMERO DE MORTES

O número de pessoas desabrigadas ou desalojadas por causa da chuva em municípios da região Sul, no último fim de semana, subiu para 2.290.

O número de mortes confirmadas também aumentou, agora são sete vítimas, conforme informou Coordenadoria Estadual de Proteção e Defesa Civil. Quatro óbitos foram registrados em Iconha e três em Alfredo Chaves.

De acordo com o boletim divulgado às 11h15 desta terça-feira (21), 2.204 moradores de Iconha, Alfredo Chaves, Vargem Alta e Rio Novo do Sul estão desalojados (na casa de parentes/amigos) e 78 estão desabrigados (em abrigos públicos).

Por conta da falta de energia, queda de ponte e acessos, muitas localidades do interior encontram-se inacessíveis, o que dificulta o atendimento às comunidades afetadas pelo temporal.

Hospital de Iconha fica destruído após as chuvas. (Fernando Madeira)

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