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Em dez dias, seis baleias encalham em praias do ES

Em dez dias, seis baleias encalham em praias do ES

De acordo com pesquisador, crescimento populacional tem aumentado a mortandade de baleias jubarte, mas é preciso investigar se outros fatores podem estar potencializando os encalhes

Publicado em 8 de agosto de 2020 às 11:50

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Filhote de baleia Jubarte é enocntrado morto na praia d'Ulé, em Guarapari.
Filhote de baleia Jubarte é enocntrado morto na praia d'Ulé, em Guarapari. . (Vitor Jubini)

Somente neste sábado (08) duas baleias jubarte ficaram encalhadas em praias do litoral do Espírito Santo. Uma delas foi encontrada com vida na Praia do Siri, em Marataízes. Outra, já morta, também encalhou na Praia d’Ulé, em Guarapari. Com a população crescente dos animais da espécie, pesquisadores também têm notado um aumento de encalhes. Nos últimos 10 dias, pelo menos seis baleias foram encontradas na costa capixaba.

Na Praia d’Ulé, em Guarapari, um filhote com 4,5 metros e aproximadamente uma tonelada, segundo o Instituto Orca que foi até o local, já foi encontrado morto e será encaminhado para a necrópsia. "Era um recém-nascido, bem novinho. Aparentemente se perdeu da mãe", explicou o gerente do Instituto Orca João Marcelo Nogueira.

Já em Marataízes, banhistas e guarda-vidas tentaram empurrar o filhote para o mar, mas ele voltou a ficar encalhado na areia da praia. Uma equipe do Instituto Orca foi ao local para fazer o resgate. Durante a tarde, apesar das tentativas de retirar o filhote da areia, o animal acabou morrendo na beira da praia, próximo à Lagoa do Siri.

Segundo o diretor e fundador do Instituto Orca, Lupércio Barbosa, o filhote tinha aproximadamente dois meses. Após ser necropsiado, máquinas da Prefeitura de Marataízes estiveram no local para retirar o corpo e enterrá-lo. 

Segundo Barbosa, geralmente, mesmo quando conseguem sair e navegar, elas morrem pois, sem a mãe, se perdem e acabam voltando a encalhar.

De junho a dezembro, as baleias jubarte migram para águas tropicais para acasalar e passam pelo Estado. Estima-se que cerca de 25 mil animais da espécie façam a migração. De acordo com o coordenador do Jubarte.Lab, plataforma de pesquisa do Amigos da Jubarte, Thiago Ferrari, o aumento de animais encalhados pode ser uma causa natural, fruto do crescimento populacional das jubartes, mas é preciso investigar se outros fatores não estão potencializando a morte destes animais.

Baleia encontrada na praia d'Ulé, em Guarapari, neste sábado (8)
Baleia encontrada na praia d'Ulé, em Guarapari, neste sábado (8). (Thiago Ferrari/Amigos da Jubarte)

"Esse número de encalhamentos já era esperado por conta desse aumento populacional, que é uma notícia boa. A espécie está se recuperando. No entanto, precisamos fazer a necrópsia desses animais para saber as causas dessas mortes. Entre os motivos mais comuns, estão acidentes com redes de pesca, impacto que elas sofrem com embarcações de pequeno e grande porte, ingestão de plástico e outros resíduos sólidos, contato com vazamento de petróleo e até por interferência com sonar de uso militar", explica.

Em dez dias, seis baleias encalham em praias do ES

Em Guarapari, a carcaça de uma baleia de grande porte, com cerca de 12 metros, foi encontrada na região da Pedra do Siribeira, entre as praias das Castanheiras e da Areia Preta. Há registros de animais encontrados, já mortos, em Linhares, Serra e São Mateus.

Em 2019, durante todo o ano, nove jubartes encalharam nas praias capixabas.

As carcaças de baleias encalhadas são retiradas pelas prefeituras dos municípios. Quando o cadáver dos animais está em bom estado, eles são levados para a necrópsia. Já quando o corpo está em estado avançado de decomposição, eles são incinerados ou enterrados em local adequado.

Filhote de baleia Jubarte é enocntrado morto na praia d'Ulé, em Guarapari. (Vitor Jubini)

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